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Ongoing: não basta a Telefónica melhorar a oferta

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Nuno Vasconcellos, detentor de 6,74% das acções na Portugal Telecom, avisa que «vender a Vivo é sempre uma possibilidade. Mas não nestes termos. É impossível deixar o mercado brasileiro»

A disputa entre a Telefónica e Portugal Telecom pelo controlo da Vivo enche páginas de jornais. Em entrevista ao site da brasileira «Exame», Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, detentor de 6,74% das acções da PT, garante que, pelo valor actual de 6,5 mil milhões de euros, votará contra.

Não basta assim à Telefónica melhorar a oferta. É preciso mais. Mas avisa que «vender a Vivo é sempre uma possibilidade». Só que os «termos» da proposta têm de ser outros, porque é «impossível deixar o mercado brasileiro».

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A metáfora usada por Vasconcellos explica o raciocínio deste accionista da PT: «Imagine que compramos um carro. Passados alguns anos, quer comprar a minha parte do carro, mas eu não quero vender. Se me pagar só o valor da minha metade, não consigo comprar outro. É isso que está a acontecer com a Telefónica».

O presidente da Ongoing recorda ainda os números que fazem da Vivo um parceiro tão apetecível: «A Vivo é a maior operadora da América Latina, e a décima do mundo ¿ só no Brasil, tem 30% do mercado e pode crescer ainda mais em áreas como a banda larga, tecnologias 3G e 4G. Há cinco anos, a Vivo tinha 25 milhões de clientes; hoje tem 55 milhões. Agora que vai começar a distribuir dividendos, querem comprar nossa parte? A Vivo até hoje não deu muito dinheiro aos accionistas porque investiu muito».

Considerando que o valor da oferta, de 6,5 mil milhões de euros, não é suficiente, Vasconcellos é questionado pela «Exame» se poderia aceitar vender por um valor mais alto. A resposta do presidente da Ongoing é simples: «Sou um homem de negócios. Sei o que quero e o que é melhor para a PT e para os seus accionistas. Os últimos cinco anos no Brasil foram óptimos e, nos próximos, o país vai crescer mais. Não faz sentido uma oferta de 6,5 mil milhões. Não é muito dinheiro».

A Ongoing irá votar contra a proposta, na assembleia-geral de dia 30, e, apesar de não falar pelos outros accionistas, é claro ao considerar que sair do Brasil não é uma boa hipótese. «Como sair de um país que tem uma óptima taxa de crescimento e onde a Portugal Telecom tem experiência? A PT investiu dinheiro durante muitos anos. Se quero continuar na PT, preciso que ela tenha uma estratégia de crescimento, como tem tido. Isso passa pelo Brasil».

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