O presidente e o conselho de administração da PT tinham obrigação de saber o que se passava com as aplicações, nomeadamente os 900 milhões aplicados na Rioforte e cuja operação foi objeto da auditoria feita pela PriceWaterHouseCoopers. Nas conclusões, que foram divulgadas esta quinta-feira pela PT, a PwC aponta o dedo a vários responsáveis: em primeiro lugar a Henrique Granadeiro, o presidente da PT SGPS à altura dos factos.
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«Tinha o dever de se manter informado quanto às operações financeiras contratadas, com impacto relevante na posição de tesouraria da PT SGPS e assegurar que tal informação era prestada, em primeira linha, aos demais membros da comissão executiva».
«Tinha o dever de informar os membros da comissão executiva e da comissão de auditoria, das operações financeiras contratadas pela PT SGPS e suas subsidiárias com impacto relevante na sua posição de tesouraria».
O relatório sublinha ainda que dois administradores não executivos da PT, Amílcar Morais Pires e Joaquim Goes, eram também administradores do BES, o que levanta questões de conflito de interesses.
Por isso, a consultora recomenda à PT uma análise jurídica para aferir em que medida é que os dois responsáveis deveriam ou não ter alertado a PT SGPS para o risco de solvabilidade da ESI / Rio Forte.
A PwC não faz qualquer referência às diligências ou posições assumidas pelo conselho fiscal, o auditor interno ou a Deloitte, na altura a auditora externa da PT. De fora desta atribuição de responsabilidades ficou Zeinal Bava até final de 2013.
Como a TVI avançou há três dias, o relatório conclui que a PT teve de se endividar para manter as aplicações financeiras junto do Grupo Espírito Santo.
A assembleia geral onde será votada a venda da PT Portugal à Altice está marcada para segunda-feira. A Comissão de Mercado e Valores Mobiliários decidiu suspender esta sexta-feira a negociação das ações da PT SGPS na Bolsa de Lisboa.
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