Três dias depois da apresentação do plano de reestruturação da TAP, o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea, Miguel Frasquilho, assumiu em entrevista à TVI24 que o plano é "duro", mas que era o único caminho neste momento.
O plano é extraordinariamente duro, é muito exigente e que vai obrigar a que a TAP mude de vida em relação às últimas décadas. A TAP não pode continuar a dar prejuízo crónico todos os anos. Vai ter que mudar de vida (...) Este é o plano que não gostaríamos de estar a apresentar, pelas consequências duríssimas que têm. Nem pense que estamos a fazer isto com algum gosto, mas de facto era a condição para garantir a sobrevivência da TAP e salvar sete mil postos de trabalho", disse Miguel Frasquilho.
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Neste momento, e dentro do prazo previsto, o plano está em Bruxelas, para ser avaliado pela Comissão Europeia e, uma resposta definitiva, poderá chegar no primeiro trimestre do próximo ano.
"Nós elaborámos, para ser apresentado à Comissão Europeia, um plano que me deixa confiante, de que ele possa vir a ser aprovado. É um plano cauteloso, prudente, sólido e resiliente. Tem todas as características, do meu ponto de vista, para que a Comissão Europeia o possa aprovar. Algures durante o primeiro trimestre teremos a resposta, teremos a resposta final por parte da Comissão Europeia e até lá haverá contactos informais", adiantou.
No entanto, o Conselho de Administração da TAP deixa a garantia que ainda há margem para negociar e que até já se sentou à mesa com alguns sindicatos, conversações essas que vão continuar, uma vez que "ainda há tempo".
O plano que foi enviado para Bruxelas tem métricas financeiras que precisam ser alcançadas e essas métricas não têm um único caminho. Existe alguma margem de manobra e nós já estamos a conversar com sindicatos que se mostraram, de facto, disponíveis para conversar - e já tivemos diversas interações com eles - no sentido de preservar mais emprego", explicou.
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Na mesma entrevista, Miguel Frasquilho afirmou ainda que só em 2024 ou 2025 é que a TAP estará nos níveis de 2019. Na apresentação do plano de reestruturação, o Governo estimou que, até 2024, a companhia aérea poderá precisar de 3,7 mil milhões de euros.
Atenção, nós também sabemos que a retoma e a recuperação serão muito lentas. Temos muitos anos de dificuldades pela frente", assumiu o Chairman da TAP.
O chairman da companhia aérea diz que, apesar de não saber o que o futuro reserva, o desaparecimento da TAP "não lhe passa pela cabeça".
Face às notícias de que têm sido divulgadas de que David Neeleman teria intenção de processar o Estado, Miguel Frasquilho afastou esse cenário e disse que "não há essa intenção. É uma boa notícia".
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