Ameaçaram mas não cumpriram. Os banqueiros portugueses disseram que iriam cortar o financiamento ao Estado, mas a verdade é que, depois disso, lhe emprestaram mais 9,8 mil milhões de euros em Abril. É dinheiro que deixam de emprestar às famílias.
«Para garantir o cumprimento das obrigações do Estado Português e evitar uma situação de bancarrota do Estado os bancos optaram por financiar, uma vez que já estava em curso o pedido de ajuda externa o que iria diminuir o risco com empréstimos de curto prazo», explicou Pedro Lino, CEO da DiF Broker, ao «Económico».
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No mesmo mês, os empréstimos aos particulares ficaram-se pelos 1,051 mil milhões, o valor mensal mais baixo de sempre, e os novos empréstimos para a compra de casa atingiram igualmente mínimos históricos: 475 milhões de euros. O crédito às empresas somou 3,6 mil milhões de euros, um nível também historicamente baixo.
Para Filipe Garcia, presidente da IMF, «os bancos adorariam estar a ganhar dinheiro financiando os particulares, numa altura em que os spreads estão bastante altos. Simplesmente não têm dinheiro disponível», disse ao «Económico».
Ou seja, o capital disponível que têm é o que resulta do financiamento junto do BCE (nove mil milhões de euros em Abril) e esse vai quase todo para o Estado.
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