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Bancos apresentam prejuízos históricos pela primeira vez

Analistas estimam que BCP e BES apresentem resultados negativos tal como aconteceu com o BPI, enquanto Santander Totta deverá conseguir ficar acima da linha de água

Os grandes bancos privados portugueses registaram prejuízos históricos em 2011, com as contas pela primeira vez no vermelho, pelo menos desde que são cotados, numa altura em que estão mais sólidos para enfrentar um período difícil.

Esta quinta-feira, o banco BPI anunciou que fechou 2011 com prejuízos de 204 milhões de euros. Foi o primeiro resultado anual negativo da sua história. Amanhã serão conhecidas as contas do BCP, do BES e do Santander Totta.

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Os analistas, citados pela Lusa, estimam que BCP e BES apresentem resultados negativos históricos, tal como aconteceu hoje com o banco liderado por Fernando Ulrich, enquanto o Santander Totta conseguirá ficar acima da linha de água.

Numa história já com 27 anos, até 2011, o BCP nunca registou prejuízos anuais e, em 2006, apresentou mesmo o maior lucro de sempre, com os resultados líquidos a ascenderem a 780 milhões de euros.

Bancos nunca apresentaram perdas desde entrada em bolsa

A instituição, então liderada por Paulo Teixeira Pinto, antecipava-se em um ano aos resultados históricos da banca que marcaram 2007, quando BES e BPI apresentaram lucros de 600 e 350 milhões de euros, respectivamente. Nesse ano, o chamado «maior banco privado português», que está cotado desde 1987, iria «ficar-se» por 563 milhões de euros.

À semelhança do BCP, também o BPI e o BES nunca apresentaram prejuízos desde que estão em bolsa (1986 e 1991, respectivamente).

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Já o Santander Totta registou sempre lucro desde a fusão jurídica em 2004 (dos bancos Totta, Santander Portugal e Crédito Predial Português). O ponto alto do banco agora liderado por António Vieira Monteiro (com o antigo presidente Nuno Amado em trânsito para o BCP) foi em 2009, com os resultados líquidos a cifrarem-se então em 524 milhões de euros.

Fora da esfera privada, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não apresenta prejuízos desde, pelo menos, o 25 de Abril de 1974, confirmou fonte oficial do banco. Mesmo em 1983, ano da intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, o banco público lucrou «oito milhões de contos» na moeda antiga, cerca de 40 milhões de euros.

Tal como para o restante sistema, 2007 foi um ano extraordinário para a CGD, tendo lucrado 856 milhões de euros.

O ano de 2011 pode marcar uma viragem nesta tendência positiva. No entanto, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), António de Sousa, afirmou na quarta-feira no Parlamento que «os prejuízos devem-se a acontecimentos não recorrentes», como o impacto da transferência dos fundos de pensões, as perdas decorrentes da exposição à dívida grega e o novo imposto à banca.

Em contrapartida, disse o responsável esta semana, num encontro com jornalistas, a solidez da banca nunca esteve tão alta, com os bancos a fecharem 2011 com um rácio de capital «core tier 1» (considerada a medida mais eficaz de avaliar a solvabilidade de um banco) de 9 por cento, cumprindo as exigências da «troika».

«Apesar da baixa rentabilidade, a solidez da banca está garantida», disse António de Sousa, acrescentando que os capitais próprios dos bancos «aumentaram 60 por cento entre 2007 e 2011».

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