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Banif: 300 decidem se aceitam sair esta semana

Banco tem em curso processo de reorganização e redução de custos

Os 300 trabalhadores do Banif a quem foram feitas propostas de rescisão amigável ou de reforma antecipada decidem esta semana se aceitam sair do grupo, após terem negociado a manutenção da assistência médica dos SAMS.

«Trezentos colaboradores receberam a proposta de rescisão amigável ou de reforma antecipada», disse à Lusa fonte oficial do Banif, não adiantando se já houve trabalhadores que aceitarem os termos da saída.

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O processo de rescisão de colaboradores é uma das medidas levadas a cabo pelo banco fundado por Horácio Roque para reorganizar a sua estrutura.

Os 300 trabalhadores contactados por carta tiveram reuniões a 7 de julho (sexta-feira) com profissionais mandatados pelo banco em que foram explicados os termos do acordo.

A resposta à proposta feita deveria ser dada até 14 de julho, uma semana depois. No entanto, segundo fonte do sindicato dos bancários que está a acompanhar este processo, o prazo foi dilatado para esta semana depois de os trabalhadores terem levantado a questão da manutenção da assistência médica.

O Banif e o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas acordaram que os trabalhadores que saírem continuam a usufruir da assistência médica dos SAMS (Serviços de Assistência Médico-Social), com o grupo a manter a contribuição de 6,5% para este subsistema de saúde e os trabalhadores de 1,5%.

Depois de acertado o número de trabalhadores dispensados nesta fase, a questão passa por saber o que o banco fará caso não sejam suficientes as saídas e se fará novas propostas de rescisão ou optará por outras soluções.

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O Banif tem em curso um processo de reorganização e de redução de custos, que passa pela saída de trabalhadores e pelo encerramento de 40 balcões da rede de atendimento em dois anos.

Ao mesmo tempo, o banco está em fase de recapitalização, operação que está a ser negociada com o Banco de Portugal.

O programa de recapitalização do Banco Internacional do Funchal envolverá cerca de 500 milhões de euros, sendo que entre 100 a 150 milhões de euros serão conseguidos com recurso a acionistas privados e 350 milhões da linha de recapitalização pública. Neste caso, dos 350 milhões, o Estado deverá subscrever ações no montante de 250 milhões de euros (nacionalizando parcialmente o Banif) e uma linha de instrumentos híbridos de 100 milhões de euros.

«Mas isto não está fechado, isto é um desenho de partida, estamos a trabalhar mas depende da evolução que as negociações com o Estado vão definir», disse Jorge Tomé no final de maio, após a assembleia-geral anual da Banif SGPS que aprovou as contas relativas a 2011.

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O ano passado, o Grupo Banif registou prejuízos de 161,6 milhões de euros face ao lucro de 33,4 milhões de euros obtidos em 2010. No mesmo ano, o banco encerrou 18 agências em Portugal, a que se seguiram mais quatro balcões já no primeiro trimestre de 2012. As contas de 2011 foram prejudicadas pelo forte aumento do valor para provisões e imparidades.

Para o Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SINTAF), a saída dos 300 trabalhadores é um «despedimento encapotado». Esta estrutura sindical critica ainda que este processo esteja a acontecer ao mesmo tempo que o banco negoceia o acesso à linha pública de 12 mil milhões de euros disponibilizada pela troika para o setor financeiro.

«Quando são negados apoios essenciais às pequenas e médias empresas com o argumento de que não há dinheiro, o Banco de Portugal indiretamente apoia o despedimento ilícito de de trabalhadores que não têm nenhuma responsabilidade na descapitalização do banco», afirma o SINTAF em comunicado.

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