O Banco Central Europeu deverá manter esta quinta-feira a taxa de juro de referência em 1%. A acontecer, será o 15.º mês consecutivo com o valor mais baixo de sempre, desde a criação da união monetária em 1999.
«O Banco Central Europeu não deverá alterar as taxas de referência da zona euro», disse à agência Lusa a analista Telma Santos, do Millennium BCP, a partir do consenso de analistas contactados pela agência de informação financeira Bloomberg.
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O BCE pretende impulsionar a recuperação económica europeia. Os mercados já têm reagido de forma positiva à divulgação de alguns dados económicos, atenuando os receios em relação à recuperação europeia.
A crise de dívida está aparentemente controlada, depois de operacionalizado o Fundo Europeu para a Estabilidade Financeira com a entrada do último país da Zona Euro, a Eslováquia. Uma operação que teve reflexos na maior facilidade com que a Grécia, Portugal e Espanha colocaram dívida pública no mercado.
«Tudo indica que a situação se normalize»: foram estas as declarações do responsável pelo fundo de emergência, Klaus Regling, em entrevista ao jornal «Echos», no mês passado.
Também pela positiva, o sector financeiro passou com distinção nos testes de resistência feitos pelo Comité Europeu de Supervisão bancária a 91 bancos europeus, já que chumbaram apenas sete instituições.
No entanto, a recuperação da Zona Euro mantém-se frágil. Os países periféricos que adoptaram o euro como moeda continuam a pagar elevadas taxas de juros para se financiarem no mercado, enquanto alguns dos mais importantes bancos terão de se refinanciar para fazer face às suas obrigações.
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Os bancos mais endividados da Europa precisam de Europa: bancos mais endividados têm de refinanciar 93 mil milhões
No plano macroeconómico, apesar do crescimento 0,2% da Zona Euro no primeiro trimestre, os analistas temem que as medidas de austeridade tomadas pelos governos europeus possam pôr em causa a recuperação económica.
«Há claramente um problema europeu em matéria de crescimento», afirmou recentemente o director geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn.
Posição semelhante teve o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, na conferência de imprensa de Julho em que anunciou a manutenção da taxa de referência, ao antecipar para 2010 um crescimento moderado e desigual na Zona Euro.
Para além da manutenção da taxa de juro em 1%, deverão ficar inalteradas a taxa marginal de crédito e a taxa de depósitos, em 1,75% e 0,25%, respectivamente.
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