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BCE vai leiloar dinheiro a preço de saldo e bancos alinham

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Leilão do BCE decorre esta terça-feira. Operação de refinanciamento a três anos conta com taxa de juro de 1%

Os bancos portugueses deverão participar no leilão do BCE esta terça-feira, depois de na operação anterior terem arrecadado 12 mil milhões de euros, consideram os analistas que sublinham o baixo custo do empréstimo a três anos.

«Vão todos [ao leilão]. Do ponto de vista racional, se eu fosse manager desses bancos iria. A um por cento e a três anos, nem havia discussão», disse um analista de banca que preferiu não ser identificado, escreve a Lusa.

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Na primeira oferta de financiamento a três anos, o BCE emprestou cerca de 489,2 mil milhões de euros a 523 bancos da zona euro. Em Portugal, BCP e BES terão ido buscar cinco mil milhões de euros cada um, enquanto o BPI se ficou pelos dois mil milhões.

Esta terça-feira a instituição sediada em Frankfurt leva a cabo uma nova operação, com um prazo de três anos, à taxa de juro de um por cento.

Segundo Pedro Pereira Coutinho, administrador da corretora Fincor, esta é uma «excelente iniciativa do BCE» pelo que «sem dúvida» que os bancos portugueses não deverão desperdiçar a oportunidade, até porque não é conhecido «por quanto tempo mais serão mantidas estas linhas de financiamento a custo tão atrativo» face à «pressão» que existe de vários países da zona euro para «limitar» estas iniciativas. O objetivo, argumenta, é «forçar a implementação de medidas de austeridade pelos Governos dos países periféricos».

Assim, considera Pedro Pereira Coutinho, os bancos portugueses «deverão maximizar a sua utilização dentro dos limites impostos pela «troika» para a dependência do BCE», devendo usar esta oportunidade para «substituir financiamentos existentes com maturidades mais curtas».

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A opinião do outro analista de banca vai também no sentido de considerar que as instituições vão usar esta operação para substituir empréstimos de maturidades mais curtas, depois de durante muito tempo o BCE só ter emprestado no máximo a três meses, pelo que a participação dos bancos portugueses neste leilão «não significa que o montante total de fundos captados pelo sistema venha a aumentar muito».

«A maioria dos bancos portugueses têm financiamento assegurado para 2012, ainda recentemente o BCP e o BES emitiram dívida de 1500 milhões de euros cada um, é mais uma questão de custo. Acredito que vão buscar menos do que da primeira vez», afirmou.

Também o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse recentemente que espera uma procura menor neste leilão do que no realizado em dezembro, ainda que esta vá «continuar a ser alta».

O objetivo destas operações do BCE é manter a fluidez do crédito à economia numa fase em que a banca na zona euro se confronta com a crise da dívida soberana e o mercado interbancário apresenta resistências em reabrir.

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