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BCP: Salgueiro não acredita na culpa de Jardim Gonçalves

Ex-presidente da APB diz que fundador do banco não tinha interesse em operações para enganar o mercado

O antigo presidente da APB, João Salgueiro, disse esta terça-feira em tribunal que não acredita que Jardim Gonçalves, antigo presidente do BCP que está sob acusação da CMVM por alegada prestação de informação falsa ao mercado, tivesse interesse pessoal nesses movimentos.

«Não acredito que tenha havido interesse do Eng.º Jardim Gonçalves nessas operações [o gestor do BCP é um dos acusados pelo supervisor da falsificação de contas com o objetivo de enganar o mercado]», afirmou o responsável, que liderou a Associação Portuguesa de Bancos (APB) entre 1992 e 2009, e que foi chamado ao julgamento do caso BCP na qualidade de testemunha abonatória.

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Segundo João Salgueiro, «a equipa que liderava o BCP [as acusações são sobre o período compreendido entre 2002 e 2007] tinha muita experiência», pelo que «teria optado por outras opções».

O economista explicou que conhece Jardim Gonçalves há cinco décadas, que são amigos, e que tem uma imagem de idoneidade do fundador do BCP.

Questionado pela agência Lusa, à margem do julgamento, sobre a sua opinião acerca das acusações feitas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) João Salgueiro disse que lhe é «difícil ter uma opinião», explicando que nesse período o BCP era financiado por bancos públicos e privados e que as acusações incidem sobre um período «em que houve vários acontecimentos, com destaque para o ataque à liderança do banco».

Na sessão do julgamento de hoje, do recurso da condenação dos ex-gestores do BCP pela CMVM, João Salgueiro foi o primeiro a testemunhar, seguindo-se-lhe o presidente não executivo da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro.

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Ambos os responsáveis apresentaram-se a pedido do advogados de defesa de Jardim Gonçalves, como testemunhas abonatórias, num caso que está a ser julgado pelo 2.º Juízo da 2.ª Secção de Pequena Instância Criminal, no Campus da Justiça (Parque das Nações), em Lisboa.

Neste processo, a entidade de supervisão acusa nove membros da anterior gestão do banco de terem prestado informação falsa ao mercado entre 2002 e 2007.

Em consequência dessa acusação, a CMVM aplicou coimas aos nove ex-administradores e decretou a inibição da atividade bancária a oito deles pelo máximo de cinco anos, mas os visados recorreram da decisão.

Alvo destas acusações estão Jorge Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck, António Rodrigues, Alípio Dias, António Castro Henriques e Paulo Teixeira Pinto, assim como Luís Gomes e Miguel Magalhães Duarte, ainda em funções no banco.

Dos nove visados pelo supervisor, apenas Jardim Gonçalves marcou hoje presença na sala do tribunal.

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