O BE exigiu esta terça-feira que a venda do BPN ao BIC seja explicada no Parlamento pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, argumentando que, além de ser «ruinosa» para as finanças públicas, a operação «tem contornos de cambalacho».
«Esta operação, pelo que se conhece, tem contornos de cambalacho, de uma venda de favor, em que o comprador, antes de o ser já o era», afirmou o deputado João Semedo em conferência de imprensa no Parlamento.
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O Bloco não considera «suficiente a vinda ao Parlamento da secretária Estado [do Tesouro]», reclamando, a vinda do ministro das Finanças para explicar «a operação mais ruinosa de sempre para as finanças públicas portuguesas», uma proposta que farão esta terça-feira na comissão de Orçamento e Finanças.
«O Bloco de Esquerda exige informação detalhada sobre todas propostas de compra e sobre todas as condições da venda que o Governo veio a estabelecer com o BIC», afirmou João Semedo.
Por outro lado, num requerimento dirigido ao Ministério das Finanças, o BE quer saber quais as razões que o Governo invoca «para justificar» o despedimento de cerca de metade dos funcionários do BPN (cerca de 700 trabalhadores), sendo que os bloquistas defendem a sua reintegração na administração pública, de acordo com as suas qualificações e experiência profissionais.
O Bloco quer também saber se o Estado vai «manter as garantias que prestou nos últimos anos ao BPN e qual o seu valor total» e «qual a previsão do Governo relativamente ao montante total dos prejuízos» com os processos de nacionalização e reprivatização do banco.
No domingo, o Ministério das Finanças informou que o Banco BIC seria o novo dono do BPN, divulgando que a proposta de aquisição de 100 por cento das acções do banco pelo angolano BIC é de 40 milhões de euros.
O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI), constituído por 15 empresários portugueses, e o Montepio Geral foram duas das entidades que apresentaram propostas para comprar o BPN, a par do BIC e de um outro interessado cuja identidade não foi revelada.
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