A Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado (APICCAPS) estima que o preço do calçado no retalho vá subir cerca de dez por cento já no próximo ano, impulsionado pelo aumento «brutal» do custo das matérias-primas, avança a agência Lusa.
«São vários os fatores que estão a pressionar esta subida», defende a associação de empresários, que aponta o aumento generalizado do custo das matérias-primas como a principal causa, uma vez que o preço das solas e das peles representa mais de metade do custo total do calçado.
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A APICCAPS não esconde a «preocupação» com o «aumento brutal» do preço das matérias-primas, que em muitos casos, refere, é «superior a 30 por cento», a que acresce «a desvalorização do Euro e o aumento dos custos laborais e de transporte na China».
Segundo a associação, esta tendência «será generalizada», faltando apenas perceber se o aumento de preços acontecerá na colecção Primavera/Verão ou apenas na de Outono/Inverno.
A Shoe Intelligence, uma das publicações europeias da especialidade mais prestigiadas, defende que esse aumento deverá sentir-se já na próxima estação primavera/verão de 2011.
Segundo a publicação, «na última edição da Expo Riva Schuh, que decorreu em junho, no Norte de Itália, havia uma opinião generalizada relativamente a este crescimento, pois tanto os industriais como os retalhistas admitiam que esta situação é irreversível».
A contribuir para esta tendência de crescimento generalizada do preço dos sapatos está a China, que é o maior exportador de calçado do mundo, sendo responsável por 65 por cento das exportações do sector.
Segundo a Shoe Intelligence, o preço médio de fabrico dos sapatos na China deverá aumentar entre três e sete por cento devido ao crescimento da tensão social com o recurso às greves, que levou a revisões salariais, e dos custos de transporte que também dispararam.
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