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CGD: recapitalização pode ficar abaixo do previsto

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Inicialmente tinha sido apontada a necessidade de 1,4 mil milhões de euros

A necessidade de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos pode, afinal, ser menor do que os inicialmente previstos 1,4 mil milhões de euros. Quem o diz é o presidente executivo do banco estatal.

«Há que apurar os valores definitivos», já que, quando a Autoridade Bancária Europeia (EBA) anunciou os montantes relativos aos bancos «eram meramente indicativos», disse José de Matos à agência Lusa.

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A Caixa anunciou a 27 de Outubro, após a decisão de os países europeus perdoarem parte da dívida grega, que estimava em 2,2 mil milhões de euros as suas necessidades de recapitalização, do qual 1,4 mil milhões de euros seriam resultantes da avaliação a preços de mercado da exposição às dívidas soberanas europeias.

O presidente executivo da CGD está convencido que, após o Banco de Portugal lançar uma série de normas a estipular com mais detalhe as situações de enquadramento das dívidas soberanas em posse dos bancos, a Caixa estará em condições de «apurar a verdadeira necessidade de recapitalização».

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou na altura que a recapitalização da CGD será resolvida entre o banco e o Estado. Caso o Governo opte por aumento de capital para a recapitalização da Caixa, o montante não terá implicação no défice do Estado, mas sim na dívida pública.

Que futuro para a Caixa?

José de Matos adiantou que «a transferência da área seguradora do grupo para o Estado tem de acontecer este ano», porque será a forma de a CGD conseguir chegar a 2011 cumprindo o rácio de capital core tier 1 acima dos 9%, conforme está estipulado no memorando assinado entre o Estado e a troika no âmbito da ajuda externa.

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«A alienação do sector segurador vai permitir à Caixa aumentar o seu rácio de capital acima dos 9%».

Comentando o futuro da Caixa, o presidente executivo revelou que a nova administração está a preparar «uma revisão do plano estratégico para financiar a actividade nos próximos três anos», sendo que a actividade internacional está também dentro das «preocupações» da gestão.

José de Matos disse que há três grandes objectivos para os próximos três anos: «Um banco mais sólido, com boa gestão de liquidez e mais rentável».

O presidente executivo da CGD voltou a afirmar que o banco estatal continua a financiar a economia e que a prova disso é que, nos primeiros nove meses do ano, «a concessão de crédito continuou a crescer, principalmente no crédito às empresas em que subiu mais de 3%», uma situação só possível, porque a instituição financeira «tem, ao mesmo tempo, aumentado a captação de depósitos».

Os resultados líquidos consolidados da CGD, anunciados na sexta-feira, caíram quase 88% nos primeiros nove meses do ano, para 12,9 milhões de euros.

José de Matos justificou que a queda de lucros «foi negativamente afectada pelos impostos a pagar ao Estado», no valor de 108,7 milhões de euros,«"dos quais 22 milhões foram referentes à contribuição extraordinária sobre o sector bancário».

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