O sistema bancário português está sujeito a importantes elementos de risco. Segundo o Banco de Portugal, que publicou esta quinta-feira um relatório sobre a estabilidade financeira do sector bancário nacional, a turbulência dos mercados financeiros teve implicações directas na economia portuguesa, o que aliado à frágil situação das contas públicas, está a condicionar a liquidez dos bancos nacionais.
Por isso, é agora mais difícil para a banca portuguesa conseguir financiamento e aceder aos mercados internacionais da dívida.
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A equipa de Vítor Constâncio chama ainda à atenção para o exigente enquadramento em que os bancos operam, o que vai dificultar o acesso aos particulares ao crédito.
O Banco de Portugal prevê assim para este ano um aumento dos spreads pedidos pelos bancos para a concessão de empréstimos, devido à fragilidade da situação financeira e económica.
De acordo com o relatório, a instituição afirma que a concessão de empréstimos pelos bancos será condicionada pelo «downgrade», nos primeiros meses de 2010, das notações de rating da República Portuguesa e dos bancos portugueses».
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«Este quadro tenderá a repercutir-se nas condições de concessão de crédito, designadamente através de um aumento dos spreads, em conjugação com uma maior selectividade na aprovação de crédito ao sector privado não financeiro», afirma a instituição.
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O BdP afirma ainda que «o crescimento da economia portuguesa deverá ser negativamente condicionado, no curto prazo, pela concretização do processo de ajustamento orçamental».
Uma situação que poderá conduzir à «maior materialização do risco de crédito», ou seja, empresas e famílias que podem não conseguir pagar os empréstimos que devem ao sector financeiro, assim como com «consequências para a situação no mercado de trabalho».
Ainda assim, em 2009, o Banco de Portugal garante que a situação financeira do sector evoluiu favoravelmente.
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