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Crise na Nokia leva a corte de 7,7% de empregos

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Empresa anuncia também fecho de centros de produção

A Nokia anunciou esta quinta-feira um plano de reestruturação que inclui a redução de 10.000 empregos , ou seja, 7,7 por cento do total a nível mundial, e o fecho de vários centros de produção na Finlândia, Canadá e Alemanha. A notícia levou a empresa ao tapete: caiu em bolsa 17,8%.

Este plano, que deverá estar concluído antes de final de 2013, visa reduzir os custos do grupo finlandês e travar o declínio do negócio no mercado de telecomunicações móveis.

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Fonte oficial do grupo, em Helsínquia, disse à Lusa que nesta altura o grupo não está a fornecer informação detalhada por países.

«Anunciámos planos para ajustar a forma como vendemos os nossos produtos em várias geografias para garantir o máximo de retorno do investimento», afirmou a mesma fonte, escusando-se a avançar mais dados.

Atualmente, a Nokia tem 130 mil empregados em todo o mundo.

O plano de reestruturação prevê a alienação de ativos que não sejam considerados prioritários, como a sua unidade de telemóveis de luxo Vertu, cuja venda a uma empresa nórdica de capital de risco foi anunciada hoje, embora não tenham sido avançados detalhes financeiros da operação.

Empresa avança com ampla remodelação na administração

O grupo irá realizar também uma ampla remodelação da atual administração, no âmbito da qual prevê despedir vários executivos responsáveis pela má situação do grupo, entre eles Jerri DeVard (vice-presidente da MercadoTecnia), Mary McDowell (Telemóveis) e Niklas Savander (Mercados), de acordo com a EFE.

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O objetivo é reduzir os custos operacionais anuais na divisão de Dispositivos e Serviços até 3.000 milhões de euros antes do final de 2013, face aos 5.350 milhões de 2010.

A Nokia pretende travar a quebra das suas reservas de capital, em queda desde o segundo trimestre de 2011, altura em que começou a registar maiores prejuízos.

Entre janeiro e março deste ano, a Nokia perdeu 1.572 milhões de euros líquidos, aos quais se somam outros 1.164 milhões que correspondem ao exercício de 2011.

«Os cortes previstos são uma consequência difícil das medidas que acreditamos que devemos adotar para garantir num prazo largo a capacidade competitiva da Nokia», assinalou, em comunicado, o administrador-delegado do grupo, Stephen Elop.

A Nokia corrigiu em baixa as previsões para o segundo trimestre deste ano, devido a uma redução das vendas de «smartphones», ou telemóveis inteligentes, maior do que o esperado, o que justificou a forte queda das ações em bolsa.

A queda do fabricante finlandês, líder mundial do setor até há poucos meses, começou com a aposta da Apple nos telemóveis inteligentes, ao lançar o primeiro iPhone, em janeiro de 2007.

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Desde então, a Nokia perdeu 85 por cento do seu valor em bolsa, viu a sua rentabilidade cair e cedeu ao grupo sul-coreano Samnsung a liderança mundial, tanto em termos de lucros no segmento de «smartphones» como no mercado global dos telemóveis.

Tanto a Samsung, com os seus telemóveis com Android, como a Apple e o seu iPhone, ultrapassaram os modelos Nokia, que estavam assentes em Windows Phone e Symbian.

No primeiro trimestre deste ano, a Nokia vendeu 8,2 por cento de todos os telemóveis inteligentes que se comercializaram a nível mundial, o que compara com os 30,6 por cento da Samsung e os 24 por cento da Apple, segundo a consultora tecnológica Strategy Analytics.

A situação da Nokia está a preocupar a Finlândia, país que mais sofreu com os 40.000 despedimentos anunciados desde a chegada de Elop ao grupo, com o fecho de várias fábricas de centros de investigação e desenvolvimento.

As medidas anunciadas esta quinta-feira preveem o encerramento da unidade de Salo, a última que o grupo mantém naquele país nórdico, e o despedimento de cerca de 3.700 empregados finlandeses.

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