As caixas de aforro regionais espanholas têm cerca de 90 mil milhões de euros em crédito hipotecários de qualidade duvidosa, avança esta terça-feira a agência noticiosa «France Press», com base em cálculos feitos sobre dados do banco central espanhol.
O Banco de Espanha pediu a todos os 17 bancos de aforro regionais - as «cajas», que representam metade dos empréstimos no mercado espanhol - que forneçam detalhes sobre a sua exposição ao mercado imobiliário.
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A dezena e meia de «cajas» que já responderam ao pedido do banco central detêm 164,9 mil milhões de euros em activos imobiliários e créditos ao sector imobiliário, escreve a Lusa.
Deste total, 29,4 mil milhões de euros são crédito malparado, 27,5 mil milhões são empréstimos «duvidosos» com risco de incumprimento e 33,1 mil milhões de euros estão colados a activos imobiliários que as instituições arrestaram mas que agora não conseguem vender.
Em relação a Espanha, as caixas de aforro são o medo principal dos mercados de dívida, que receiam que Espanha necessite de um resgate semelhante ao que a Irlanda e a Grécia receberam no ano passado.
O Governo espanhol, para acalmar os mercados, está a tentar reforçar o sector das «cajas» e anunciou, na semana passada, novas regras de capitais próprios core - capitais próprios mais reservas declaradas - que as 17 instituições devem apresentar.
As caixas de aforro cotadas na bolsa terão de ter um capital core de oito por cento dos activos totais até Setembro, caso estejam cotadas em bolsa, e entre 9 a dez por cento caso estejam fora de bolsa.
As autoridades espanholas prevêem que as novas regras custem às «cajas» cerca de 20 mil milhões de euros para se recapitalizarem, mas a maioria dos analistas refere que este valor pode mesmo chegar ao dobro.
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