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Estágios profissionais: alterações agradam aos candidatos

Mas empresas estão divididas e consideram que mudança vai ter «impacto financeiro negativo»

As alterações ao Programa de Estágios Profissionais agradam aos jovens candidatos ao primeiro emprego, mas a redução de 12 para 9 meses levanta algumas reservas a uma das duas empresas ouvidas pela agência Lusa.

«É óbvio que não deixamos de ponderar no nosso orçamento para pessoal esta redução e se, de facto, a redução for maior do que esta anunciada publicamente, poderemos repensar um ou outro caso», disse à Lusa o administrador da CarrisTur, Moreira da Silva.

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O responsável da CarrisTur - Inovação em Transportes Urbanos e Regionais, empresa que opera na área do Turismo e Formação, admitiu que a partir de agora o recrutamento de estagiários será «muito selectivo», na medida em que esta alteração terá «um impacto financeiro negativo» nas contas da empresa.

Moreira da Silva esclareceu que «a Carris não faz recrutamento de estagiários de acordo com os apoios financeiros do Estado», mas «por ser uma empresa pública e por ter uma situação financeira difícil recorre a todos os apoios que pode».

«No caso da integração na empresa, passaremos a ter mais cedo esse custo financeiro decorrente da entrada em vigor de um contrato individual de trabalho».

Uma outra visão tem o director-geral da Mercer Portugal, Diogo Alarcão, para quem a redução do tempo de estágio tem «um lado positivo», na medida em que «mais estagiários poderão aceder aos estágios profissionais».

«Ora, no fundo, voltámos à situação normal, pois sabíamos que os 12 meses eram uma situação de excepção face às dificuldades decorrentes da crise económica mundial», comentou Diogo Alarcão.

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De acordo com o responsável da Mercer Portugal, empresa líder mundial em recursos humanos, serviços co-relacionados de aconselhamento financeiro e serviços de consultoria, a alteração da legislação em nada vai alterar o recrutamento de estagiários, e garante que a política da casa se vai manter: «Continuaremos a recrutar cerca de dez estagiários, com a garantia de que 9 integram os quadros».

Fernando Soares é disso exemplo. Licenciado em Economia e com mestrado em Economia e Finanças integrou os quadros da Mercer Portugal há um ano e oito meses, depois de um estágio de 9 meses.

«Talvez os 9 meses sejam uma vantagem porque são o tempo suficiente para conhecer a realidade da empresa, quer em termos do trabalho a desenvolver, quer ao nível da própria cultura da empresa», disse à Lusa, admitindo não reconhecer vantagens em alargar o período de estágio para 12 meses.

A mesma opinião tem Sofia Costa, ainda estagiária na Mercer, mas que, ao contrário de Francisco, cumpre um estágio de 12 meses e espera ser integrada em Outubro. Sofia não vê vantagens em «estar à experiência durante 12 meses» pois «ao fim de 9 meses já dá para ter uma percepção, quer do trabalho a desempenhar, quer das políticas da empresa».

De acordo com a portaria publicada a 12 de agosto em Diário da República, as autarquias poderão contratar jovens com menos de 35 anos ao abrigo do Programa de Estágios Profissionais, que exclui as profissões de médicos e enfermeiros e que reduz o tempo de vigência dos estágios, de 12 para 9 meses.

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