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Estudo: banca espanhola precisa de 270 mil milhões

Aprovisionar outros ativos problemáticos além dos imibiliários levaria a pedido de resgate internacional

Os bancos espanhóis podem precisar de 270 mil milhões de euros para cobrir perdas com ativos problemáticos no imobiliário, estima o Centro para estudos de Política Europeia (CEPS, na sigla do inglês), um influente think tank de Bruxelas.

O centro baseou as suas contas no caso da Irlanda, que teve de pedir ajuda internacional para acudir ao sistema financeiro, afetado pelo rebentar da bolha imobiliária, muito semelhante à espanhola.

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A Irlanda, que injetou 63 mil milhões de euros na banca depois de ter transferido os menor qualidade para um bad bank e forçar o reconhecimento generalizado de perdas, recebeu ajuda de quase 70 mil milhões dos parceiros europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O facto de o Estado irlandês ter assumido as perdas bancárias fez com que o défice do país disparasse para 30% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e a dívida pública superou os 100% do PIB. A Irlanda, como a Espanha, começou a crise com superavit orçamental e níveis muito baixos de dívida pública.

Assim, tomando a Irlanda como ponto de partida, o CEPS estima que o Governo espanhol devia forçar provisões adicionais de 270 mil milhões de euros, cinco vezes mais que o exigido em fevereiro (53 mil milhões) para sanear ativos imobiliários. Uma estimativa que chega um dia depois de o Governo espanhol ter anunciado a nacionalização do Bankia, o banco com a maior carteira de ativos imobiliários no país.

No total, as entidades financeiras espanholas têm aprovisionado (ou estão obrigadas a fazê-lo entre este ano e o próximo, perdas de mais de 100 mil milhões de euros, mesmo assim, apenas um terço do total de ativos problemáticos que têm em mãos.

Os especiaistas internacionais defendem que a obrigação de aprovisionamento deve estender-se a toda a carteira de créditos e não apenas aos ligados ao imobiliário. Mas isso implicaria provisões de valores que muitos bancos não estão em condições de reunir e que o próprio Estado espanhol não poderia suportar. Ou seja, seria necessário pedir ajuda ao fundo de resgate europeu ou ao FMI. Mas tanto o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) como o FMI recusaram várias vezes nas últimas semanas a possibilidade de estender ajuda diretamente aos bancos, sem passar por um resgate ao próprio Estado.

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