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Fecho de empresas triplica

Quase 33 mil encerraram portas no ano passado. «É assustador»

Pura e simplesmente desaparecem do mapa e só conseguem entrar nas piores estatísticas. O fecho de empresas em Portugal acelerou - e muito - na segunda metade de 2011.Na verdade, mais do que triplicou. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, desapareceram 32.989 empresas em 2011.

Dados do INE sobre «Sociedades Constituídas e Dissolvidas de 2011 por concelho» indicam que no universo dos 308 concelhos portugueses foram constituídas 33.040 novas empresas (18.965 no primeiro semestre e 14.075 no segundo semestre), mas em simultâneo foram dissolvidas 32.989 empresas (7.810 no primeiro semestre e 25.179 no segundo semestre), ou seja, feitas as contas Portugal ganhou 51 novas empresas.

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No segundo semestre foram dissolvidas mais do triplo das sociedades que no primeiro semestre, e na área da constituição de empresas o valor baixou quatro mil. Ou seja, se no primeiro semestre tinham sido criadas 18.965 empresas, no segundo semestre apenas se registou a criação de 14.075.

No balanço da primeira metade do ano, Portugal tinha ganho 11.147 empresas com base no número das empresas constituídas e dissolvidas, mas levando em conta o último semestre, Portugal fica-se por 51 novas empresas.

É «assustador»

Uma situação «um bocado assustadora, mas é também esperada, tendo em conta o abrandamento tão significativo que aconteceu em Portugal, sobretudo no segundo semestre do ano passado», reage o professor de Economia da Universidade do Porto, Óscar Afonso, citado pela Lusa.

«A diminuição do número das empresas dissolvidas ser três vezes mais no segundo semestre, em relação ao primeiro semestre, reflete o forte abrandamento da atividade económica ao longo do ano, ou seja à medida que se caminhava para o fim do ano, o abrandamento era cada vez mais forte e isso acabou por se refletir também na aceleração de dissolução de empresas».

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Riscadas do mapa

Os concelhos de Lisboa (1.980) e Madeira (441) foram os que perderam mais empresas no ano de 2011.

A capital registou 3.755 novas empresas: 2.096 no 1º semestre e 1.659 no 2º semestre, mas, ao mesmo tempo, contabilizou o desaparecimento de 5.735 empresas: 860 no 1º semestre e 4.875 no 2º semestre.

O Funchal também apresenta um balanço negativo de 441 empresas, tendo registado 520 novas sociedades e 961 que fecharam.

A proximidade ao poder central e regional, o off-shore da Madeira e o abrandamento económico explicam o facto de Lisboa e Funchal serem os concelhos portugueses que mais empresas perderam em 2011, defende o economista Óscar Afonso. «Lisboa é o concelho com mais empresas sediadas e portanto será onde haverá mais dissoluções. No Funchal acontece a mesma coisa».

A conjuntura nacional com muito estrangulamento financeiro, a banca que deixou de facilitar qualquer tipo de operação às empresas, um mercado fechado de 150 mil habitantes e as dificuldades no pagamento da parte do Governo Central e Regional e de outras entidades públicas são algumas das razões que o vereador Pedro Calado aponta para o encerramento das centenas de sociedades naquele concelho.

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Braga fica em terceiro lugar no ranking dos concelhos com mais empresas disolvidas do que constituídas, apresentando um défice de 257 empresas, tendo sido criadas 771 sociedades e desaparecido 514.

O concelho de Cascais aparece em quarto lugar, com um saldo negativo de 232 sociedades, tendo registado 851 novas empresas e perdido 1.083. Logo a seguir está o concelho de Sintra apresenta um défice de 120, com 1.066 sociedades criadas e 1.186 desaparecidas.

O Porto foi o concelho português que perdeu menos empresas em 2011 em relação às que ganhou, porque a «limpeza» de sociedades começou mais cedo no norte, logo em 2010. A Invicta registou um balanço negativo de 153 empresas, com a criação de 1.435 empresas (818 no 1º semestre e 617 no 2º semestre), e vendo desaparecer 1.282 (247 no 1º semestre e 1.035 no 2º semestre).

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