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Fundo de pensões: bancos perdem «milhões de euros»

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos diz que perdas não prolongar-se por vários anos

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse esta quarta-feira que a transferência dos fundos de pensões para o Estado vai obrigar a registar perdas este ano de «centenas de milhões de euros».

António de Sousa, que esteve no Ministério das Finanças, em Lisboa, para a assinatura do acordo tripartido entre Governo, bancos e sindicatos para a transferência dos fundos de pensões da banca privada para o regime geral da Segurança Social, afirmou que os bancos deverão registar prejuízos nos próximos anos, mesmo que o contributo da actividade internacional seja positivo.

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Segundo o responsável, a transferência dos fundos de pensões não acontece no melhor momento porque vai levar os bancos a «registar prejuízos substanciais» já este ano, que seriam diluídos ao longo de vários.

Sobre o valor desses prejuízos, António de Sousa disse que devem ascender a «centenas de milhões de euros» e que cada instituição terá de fazer os cálculos até 31 de Dezembro.

O presidente da APB disse ainda que os bancos só aceitaram fazer a transferência destes fundos neste momento para «ajudar o país» a cumprir a meta do défice orçamental, já que a operação terá impacto «quer nos resultados quer nos capitais próprios da banca».

Questionado sobre as amortizações fiscais que os bancos poderão fazer em resultado das perdas que terão de reconhecer na sequência da transferência dos fundos de pensões, António de Sousa disse que, provavelmente, tal não vai acontecer porque «os bancos vão ter prejuízos nos próximos anos».

O presidente da APB adiantou que mesmo a actividade internacional não será suficiente para evitar a deterioração dos resultados globais provocada pela actividade doméstica.

Já sobre a alteração na especialidade da lei de recapitalização da banca, que enquadra o recurso dos bancos privados aos 12 mil milhões de euros acordados com a troika, António de Sousa mostrando-se satisfeito com o alargamento de três para cinco anos do prazo a partir do qual o Estado pode exercer os direitos de voto.

«A solução de cinco anos parece-me melhor, foi mesmo a proposta da APB. Esperamos agora pela versão final da lei», que será votada quinta-feira no Parlamento.

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