A Galp teria os mesmos lucros caso o preço da gasolina em Portugal fosse igual ao de Espanha. A opinião é do presidente da petrolífera, que justifica que tudo passa pelos impostos cobrados, uma vez que, sem eles, os preços nos dois países são muito semelhantes.
Por isso, Ferreira de Oliveira acredita: «Até teríamos mais lucro, já que muitos portugueses se deslocam a Espanha para abastecer».
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O presidente da Galp recordou que os preços da gasolina e do gasóleo antes de impostos são iguais ou mesmo inferiores aos de Espanha, pelo que é a carga fiscal diferente que inverte o cenário.
A 7 de Janeiro, o preço médio da gasolina 95 em Portugal era de 1,486 euros, dos quais 62,5 cêntimos correspondem ao preço da gasolina e 86,1 cêntimos de impostos (58,3 cêntimos são Imposto sobre os Produtos Petrolíferos ISP e 27,8 cêntimos de IVA).
Já em Espanha, à mesma data o preço da mesma gasolina era de 1,270 euros, dos quais 63,4 cêntimos corresponde ao preço da gasolina e 63,5 a impostos.
«Na Península Ibérica existem 55 milhões de pessoas e não considerando impostos, a gasolina da Galp está praticamente ao mesmo preço, seja em Madrid, Barcelona ou em Lisboa», disse Ferreira de Oliveira, citado pela Lusa.
«Não conheço nenhum outro mercado tão transparente»
O presidente da Galp não poupou críticas a quem acusa a empresa de beneficiar de um monopólio da refinação (em Portugal apenas a Petrogal, do grupo Galp Energia refina) e de controlar os preços de todo o mercado.
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«Vejo comentários de pessoas que bombardeiam a imprensa e acho que não conhecem bem o que se passa. Esses comentários representam uma falta de profissionalismo», disse Ferreira de Oliveira, sem especificar. «Não conheço nenhum outro mercado tão transparente».
Em declarações à SIC Notícias, esta sexta-feira, o presidente do ACP alegou que os resultados da Galp só vêm provar que não há livre concorrência nem regulação em Portugal.
A Galp fechou o ano 2010 com lucros de 441 milhões de euros, mais 27% do que no ano anterior.
«Quando vemos que a Galp ganha estes valores na refinação e na distribuição, continuo a afirmar que não há concorrência de combustíveis em Portugal e por isso temos os preços que temos. Era fundamental rapidamente o Governo mudar o regulador da Autoridade da Concorrência», disse Carlos Barbosa.
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