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Groundforce: «Governo não pode estar alienado»

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Groundforce anuncia despedimento de 336 trabalhadores no aeroporto de Faro. Partidos exigem «medidas urgentes» por parte do Governo

O Governo «não pode estar alienado» do despedimento colectivo na Groundforce de Faro. A opinião é da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Aiveca, para quem o Governo tem de tomar «medidas imediatas» de defesa dos trabalhadores.

A Groundforce «também tem capitais públicos» pelo que o Governo «não pode estar alienado das deliberações das administrações da empresa», e «dizer apenas que vai analisar» se o despedimento de 336 trabalhadores cumpriu os procedimentos legais, disse Mariana Aiveca à Lusa.

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«Confirma o Governo que o encerramento da unidade de Faro da Groundforce Portugal advém dos cortes a produzir nas empresas públicas, no âmbito do plano de austeridade gizado pelo Governo?», questionou a deputada num requerimento enviado esta quinta-feira ao Ministério do Trabalho e ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

A estrutura accionista da Groundforce Portugal, sublinhou, é constituída pela TAP SGPS, holding detentora da Companhia Aérea de Bandeira Portuguesa (59,9%) e pela sociedade Europartners (50,1%).

Considerando «escandaloso» que os trabalhadores tenham sido informados «por email», Mariana Aiveca questionou o Governo que «medidas urgentes e imediatas pretende adoptar no sentido da defesa» dos funcionários da empresa.

PCP pede anulação dos despedimentos

Com a mesma indignação reagiu o PCP. O deputado Bruno Dias exigiu hoje que o Governo anule o despedimento colectivo dos 336 trabalhadores da Groundforce em Faro, afirmando que «o Governo concorda» com este processo, que classificou de «verdadeiramente intolerável».

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«Não acredito que haja alguma empresa no mundo que faça um despedimento colectivo de centenas de trabalhadores e que o patrão não saiba. O patrão destas empresas [Groundforce, TAP, Portway e ANA] somos todos nós e em nome de todos nós está o Governo a representar o accionista», disse o deputado comunista.

«Se o accionista Estado é o principal e único responsável por estas empresas, tudo isto está a passar-se sob a tutela e responsabilidade directa do Governo. Se está a acontecer assim, é porque o Governo concorda», defendeu Bruno Dias.

Os comunistas acreditam que este processo tem em vista a privatização da Groundforce.

O deputado Bruno Dias anunciou ainda que vai reunir-se no próximo domingo com os trabalhadores, em Faro.

Já o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores ( UGT), João Proença, classificou despedimento colectivo da Groundforce uma situação «preocupante e fortemente negativa».

CDS está «chocado»

O CDS também se manifestou contra a decisão, declarando-se «chocado» com o despedimento colectivo.

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«O CDS está chocado com este despedimento. Já em Abril tínhamos alertado para esta situação na Groundforce. Infelizmente agora temos um Governo que, falando do sector privado e dos despedimentos por SMS, despede mais de 300 trabalhadores por e-mail, que é uma indignidade, sem justificação nem fundamentação», disse à Lusa o deputado centrista Artur Rego.

Artur Rego anunciou que vai requerer a presença do administrador-delegado da Groundforce, Fernando Melo, no Parlamento para que explique aos deputados qual é a situação da empresa e para que justifique o despedimento, sobretudo «numa altura de crise».

[Notícia actualizada às 18h30 com delcarações]

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