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Grupo Salvador Caetano atira «dezenas» para desemprego

Sindicatos denunciam, empresa confirma, mas não revela número de pessoas com quem rescindiu

O Grupo Salvador Caetano já despediu, a nível nacional, dezenas de trabalhadores, denunciam os sindicatos. A situação é confirmada pela empresa que se recusa, no entanto, a divulgar o número certo de funcionários abrangidos pela medida.

O grupo «continua a contactar dezenas de funcionários com vista à redução do seu quadro de pessoal», disse à Lusa o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente. O SITE denuncia «pressões» para que os trabalhadores assinem os acordos de rescisão.

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Em resposta enviada à Lusa, o Grupo Salvador Caetano explicou que «está a adaptar os seus recursos físicos e humanos à realidade do mercado automóvel, por forma a manter a sustentabilidade das suas operações» e que por isso «tem feito de forma tranquila e amigável alguns acordos que salvaguardam os interesses de todas as partes».

A empresa considera que a «política cega do Estado contra o setor automóvel colocará em risco milhares de postos de trabalho em Portugal». Em 2011, o Estado «já perdeu centenas de milhões de euros, e com o Orçamento do Estado aprovado para 2012, mais receitas fiscais irá perder».

Por seu lado, os sindicatos criticam o grupo e a forma como estão a decorrer os acordos.

«A empresa continua a contactar trabalhadores com vista à redução do seu quadro de pessoal, tendo, desde Novembro, concretizado a saída de 25 funcionários em vários estabelecimentos», afirmou o coordenador do SITE - Centro-Sul e Regiões Autónomas.

Navalha Garcia adiantou que as 25 rescisões ocorreram em Lisboa, Loures, Leiria, Vila Franca de Xira e Castelo Branco. O sindicato já manifestou junto da empresa a sua «oposição em relação a todo o processo, tendo em conta a forma como ele está a ser conduzido» sem «nenhum critério definido», que «implementa a precariedade».

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O dirigente sindical adiantou ainda que os trabalhadores irão realizar, esta quarta-feira, plenários em todos os estabelecimentos das cinco localidades, para discutir, entre outros assuntos, também esta matéria.

Luís Pinto, do SITE - Norte confirmou rescisões em pólos do grupo, nomeadamente no Porto, Maia e Gaia, adiantando que a empresa continua a abordar trabalhadores para que aceitem os acordos mútuos, mas salientou que «alguns recusaram a proposta da entidade patronal».

O dirigente sindical contou que há funcionários com contratos a termo que ao fim de três anos não são renovados. Luís Pinto avançou também que «estão a ocorrer mudanças e deslocações de trabalhadores» em alguns estabelecimentos da empresa na zona Norte.

No entender do sindicalista o Grupo Salvador Caetano «está a realizar uma reestruturação do seu quadro de pessoal com muitas cautelas para não destabilizar o ambiente laboral e para que não passe para o exterior», o que dificulta a «contabilização do número de despedimentos».

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Júlio Balreira, do SITE - Centro/Norte, explicou que, até ao momento, «não foi possível obter o número de trabalhadores que já rescindiram», mas assegura que as «saídas e as pressões» sobre os trabalhadores para que assinem os acordos mútuos «são um facto».

Na resposta enviada à Lusa, o Grupo Salvador Caetano deixa também críticas à «constante penalização do sector por via do aumento consecutivo dos impostos» que coloca «desafios sérios a todas as empresas», o que resulta «numa redução do volume de emprego e do nível de investimento e de instalações».

A empresa diz que «existem muitos mais sectores de bens igualmente importados e de consumo não essencial, ao contrário dos automóveis, onde poderiam existir impostos especiais que ajudariam na receita fiscal em vez de ser sempre o sector automóvel».

Desta forma, defende a Salvador Caetano, «o esforço seria divido por vários sectores, sem colocar em causa a sua sustentabilidade».

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