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Irlanda: FMI admite que podia ter feito uma melhor previsão

Bancos irlandeses que passaram nos testes de stress vão ser submetidos a novos cenários

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que podia ter feito um trabalho melhor a prever a crise que assola a Irlanda.

«Não há dúvida de que nós, e outros observadores internacionais, podíamos ter feito melhor. Mas acaba por ser um acto de equilíbrio. Temos de ter cuidado para não prever mais crises do que aquelas que vão mesmo concretizar-se e para não precipitar precisamente aquilo que estamos a tentar evitar», afirmou o director do departamento europeu do FMI, Ajai Chopra, ao «Financial Times».

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«Existem indícios de que quando a credibilidade e a confiança são um problema, a consolidação orçamental ambiciosa pode ser o mais apropriado. Achamos que eles acertaram no equilíbrio da balança em termos orçamentais», acrescentou.

Já no que diz respeito à banca, o sector terá de ser radicalmente «reduzido», através da venda de activos e outras reestruturações nas folhas de balanço, com financiamento mais conservador e níveis de capital mais elevados.

Para tranquilizar os mercados, o regulador irlandês vai fazer novos testes de stress envolvendo um grau de dificuldade mais elevado.

«É óbvio que estamos actualmente num cenário muito mais «tressante» do que aquele que serviu de base aos últimos testes de stress. Por isso, faz sentido fazermos novos testes», acrescenta Ajai Chopra

«Quando estamos preocupados com a sustentabilidade da dívida, não podemos ignorar a realidade dos mercados. Temos de convencer os mercados de que temos tudo sob controlo, ou o ciclo vicioso permanence».

A Irlanda acaba de pedir ajuda aos parceiros europeus e ao FMI para resolver os problemas da banca, que está à beira do colapso. O sector bancário já enfrentou uma crise antes, devido aos maus investimentos em produtos tóxicos (chamado subprime) e, na altura, o Governo injectou mais de 35 mil milhões de euros na banca para evitar a sua bancarrota. Resultado: o Estado irlandês acumula agora um défice avaliado em 32% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Com a nova crise, causada pelo crash imobiliário e pelo disparo do malparado, o Estado já não tem dinheiro para voltar a salvar a banca.

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