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Nova loja do IKEA deixa 8 mil sem trabalho no comércio tradicional

Acusação é da Associação Comercial da Região do Algarve que critica abertura de nova loja em Loulé

A Associação Comercial da Região do Algarve (ACRAL) vê com «preocupação» a construção de mais uma grande superfície e alerta que a criação de emprego pelo grupo Ikea fará com que 8 mil pessoas fiquem sem trabalho no comércio tradicional regional.

Um ano depois de ter anunciado pretensões de abrir uma loja e um centro comercial Inter IKEA em Loulé até 2015, a cadeia sueca vai celebrar esta quinta-feira «um contrato de cooperação» com a Câmara de Loulé.

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«Acredito que os dois mil postos de trabalho que o Ikea diz que vai criar no Algarve terão um impacto de oito mil desempregados no comércio tradicional da região para além dos 24 mil desempregados que já existem», disse João Rosado, em entrevista à Lusa.

João Rosado cita um estudo feito pela Universidade Católica, a pedido da Confederação do Comércio Português em 2004, que indica que por cada posto de trabalho criado numa nova grande superfície são extintos quatro no comércio local.

O presidente da ACRAL refere, por exemplo, que muitas Pequenas e Médias Empresas de Loulé que se dedicam ao sector do móvel, nomeadamente em Almancil e Boliqueime, vão ressentir-se com a nova grande superfície.

João Rosado recorda ainda um outro estudo, realizado pela Direcção Regional de Economia do Algarve, a dar conta de «um excesso de grandes superfícies no Algarve» desde 2006/2008.

«Concorrência deve ser motivação extra»

Da parte do IKEA, a explicação é que este novo contrato de cooperação «serve no fundo para confirmar a intenção da cadeia sueca em realizar o projecto no Algarve até 2015 e que se encontrou o como para avançar com o projecto», disse à Lusa a relações públicas da Ikea.

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Já o director geral do Cluster do Mobiliário de Portugal afirmou que «o surgimento de mais um concorrente deve ser visto com preocupação, mas, ao mesmo tempo, com esperança e com a noção de que as empresas têm que se adaptar a esta nova concorrência, tornando-se mais eficientes e concorrenciais» no mercado em que operam.

«Acima de tudo ¿ salientou Joaquim Pinto - deve ser um fator de motivação para que as nossas empresas se tornem mais eficientes e vão ao encontro do seu mercado alvo e, com isso, consigam combater mais um espaço comercial que abre, ainda por cima com muita dimensão. Ficarem desde já derrotadas é que não me parece ser o caminho».

O investimento previsto pelo grupo sueco em Loulé, que engloba uma loja Ikea, um centro comercial e um retail park, é de mais de 200 milhões de euros e prevê a criação de mais de 3 mil postos de trabalho directos e indirectos.

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