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Passos: «Medidas são minhas, mas défice não é»

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O primeiro-ministro disse esta sexta-feira que as medidas que apresentou ontem ao país são suas, mas que o défice que as exigiu não, tendo explicado onde estão os «mil milhões» que faltam, quando interpelado pelo Bloco de Esqueda.

«As medidas são minhas, mas o défice que as obriga não é meu», afirmou Passos Coelho, que respondia à intervenção do secretário-geral do PS, António José Seguro, que recusou qualquer responsabilidade socialista nos cortes previstos para o Orçamento de Estado para 2012.

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O governante concordou que as medidas apresentadas esta quinta-feira, como o corte dos subsídios de Natal e de férias para os funcionários públicos e pensionistas que ganhem mais de mil euros, «não são as constantes da troika e o caminho que o PS quereria».

Garantiu, no entanto, que o seu Governo «não tem vontade de castigar o país» com medidas «com este nível de violência».

Mas se para o líder do Partido Socialista, as medidas anunciadas sacrificam o «crescimento e o emprego», o primeiro-ministro discorda: «É exactamente o contrário. Aquilo que mais mata o crescimento e o emprego é a mentira e a ocultação».

Depois de repetir o que já ontem tinha notado - «70% do défice permitido para a totalidade do ano fora já esgotado» -, Passos Coelho sublinhou que é preciso «ir mais longe do que estava previsto na troika».

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E porquê? «Em 10 mil milhões de euros foram já consumidos 7 mil milhões. As dúvidas sobre o desvio acabaram! Estão patentes nos dados do Instituto Nacional de Estatística», disse, em resposta às questões deixadas por António José Seguro.

Passos Coelho admitiu ainda que «este desvio contém as contas da Madeira: representam 20% do que nós estimamos e um pouco mais de 10% do que foi afinal detectado pelo INE».

Mas se a dívida da Madeira não transita para 2012, avisa, «há mil milhões de despesa que tem de ser corrigida» para o ano. «Despesa que não foi ordenada por mim nem por ninguém deste Governo», disse ainda, destacando a pesada herança, implícita na frase mais forte do seu discurso no Parlamento: «As medidas são minhas, mas o défice não é».

«Nunca pensei que teríamos de ir além na austeridade. Mas a única razão porque esta austeridade vai ser necessária é porque é preciso chegar ao memorando da troika», disse ainda, garantindo que o Governo não irá «reduzir mais o défice do que está na troika».

O chefe de Governo adiantou ainda que as empresas com lucro acima dos 10 milhões de euros vão pagar uma taxa de 5%.

Passos Coelho acredita que as medidas ontem anunciadas chegam para o ano de 2012.

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