Não responde se o grupo Jerónimo Martins perdeu dinheiro, nem quantas pessoas entraram nas mais de 300 lojas do Pingo Doce espalhadas pelo país que, no 1.º de Maio, ofereceram 50% de desconto em compras a partir de 100 euros. Mas garante, em entrevista à TVI, que «não vendeu com prejuízo» - uma infração legal tipificada -, e muito menos incorreu em «dumping».
Luís Araújo, director-geral do Pingo Doce, explicou no «Jornal das 8» da TVI que a empresa tem «uma grande preocupação social» e, após «uma leitura muito atenta do mercado», «decidiu desenhar esta oferta».
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Mais campanhas ainda este ano
«Há flexbilidade no modelo de gestão», e tendo em conta «a altura que o país atravessa», o grupo decidiu «ajudar os consumidores»: «As compras do mês ficaram mais baratas». E as ações deste tipo não devem ficar por aqui. «Estaremos sempre atentos às necessidades dos nossos clientes», admitindo mais ações comerciais para este ano.
Para Luís Araújo é preferível não «distribuir folhetos» e «canalizar essa verba para ajudar os nossos consumidores», mas sublinha que a marca está a «cumprir a lei»: e, portanto, nega as acusações de «dumping» ou de venda com prejuízo.
O diretor-geral do Pingo Doce não quis revelar o número de clientes, mas admitiu que surgiram nas lojas 5 vezes mais clientes do que o era esperado, acrescentando contudo que os cenários de gestão «acautelaram» um acréscimo da procura.
Questionado sobre se «meio milhão de pessoas» acorreram às lojas, Luís Araújo não nega o número, nem confirma: «Foram muitas pessoas. E o número não me surpreendeu».
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Indagado se irá «repetir» esta ação e com «outras preocupações de segurança», Araújo frisa que houve «uma grande preocupação da segurança», com reforço das equipas e segurança nas lojas. Para o responsável do Pingo Doce, «o que aconteceu foi perfeitamente expectável e natural», em relação aos desacatos registados pela PSP, mas fez questão de contrariar a ideia «que as imagens televisivas» transmitem: «Durante todo o dia, de Faro a Vieira do Minho, vi pessoas, com carrinhos de compras, elegantemente à espera da sua vez de fazer a faturação».
Sobre a falta de promoção de uma iniciativa deste tipo, Luís Araújo não hesita na resposta: «Tínhamos a certeza que passar a palavra de consumidor a consumidor iria trazer o fluxo de clientes que queríamos para este ação».
Quanto às críticas de partidos e sindicatos que acusam o grupo Jerónimo Martins que transformar o Dia do Trabalhador no dia do consumidor, o diretor-geral responde apenas que o primeiro dia de cada mês - pelos dados que têm compilados - é sempre o dia em que os clientes fazem as compras do mês.
«O ano passado trabalhamos no 1.º de Maio, este ano decidimos fazer o mesmo com uma abordagem diferente: todos os objetivos foram alcançados».
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