Já fez LIKE no TVI Notícias?

Portas sobre BPN: «Governo está a defender camarada de partido»

Líder do CDS-PP acusou José Sócrates de estar a proteger Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal. E teve de pedir «calma» a Teixeira dos Santos

Paulo Portas acusou esta sexta-feira o Governo de «não estar a defender o interesse nacional, mas um camarada de partido».

Durante o debate quinzenal no Parlamento, que ocupou grande parte da manhã em volta do caso BPN, Portas recordou que Vítor Constâncio tinha prometido que a nacionalização do banco nada ia custar aos contribuintes.

PUB

Acusando o Governo de estar a proteger o antigo governador do Banco de Portugal, que na opinião de Portas protagonizou uma «supervisão vergonhosa», o deputado centrista foi escalando nas promessas de buraco, que agora, garante, cifra-se nos 5 mil milhões de euros.

«Ouvimos Constâncio dizer que não ia custar nada ao contribuinte, depois iria custar 425 milhões, depois mil milhões. Nunca mais de 2 mil milhões. [Constâncio] já foi embora e já custa 5 mil milhões».

«Foi uma vergonha para a supervisão, que é paga para detectar a intervir», disse ainda Portas, que ouviu do

ministro das Finanças que o buraco do BPN está nos 2 mil milhões de euros.

Teixeira dos Santos não resistiu a responder a Paulo Portas, e tentou fazê-lo durante a intervenção do centrista, que chegou mesmo a parar de falar porque o ministro não parava de reagir, por cima das palavras do deputado.

PUB

Sócrates defende administração da CGD e critica Cavaco

«Tenha calma», disse-lhe o líder do CDS-PP. «Estamos no Ano Novo, calma, senhor ministro. Ao fim de três meses, vem cá para a semana» a propósito do BPN. «Por isso, tenha calma».

Portas quis saber ainda se «já depois da nacionalização» houve acções da Sociedade Lusa de Negócios, ex-dona do BPN, «com valor de um euro» a serem compradas «pelo BPN, ou seja, pela CGD a 3,04 euros, com um lucro de 204 por cento. «O lucro parece que é pecado agora», disse, numa alusão à polémica que envolve o candidato presidencial Cavaco Silva, que é apoiado pelo PSD e CDS-PP.

Na resposta, o primeiro-ministro disse que não tinha conhecimento desta operação financeira e acusou Portas de demonstrar sentimento de «vingança e ressentimento» para com o agora vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio.

PUB

«Isso de transformar as questões políticas em questões pessoais gera sempre um abaixamento de nível», disse Sócrates, que frisou que a gestão anterior e a actual não são comparáveis: «Esta gestão é de pessoas decentes e honestas».

Quanto à compra de acções a que Paulo Portas se referiu, o primeiro-ministro acusou o líder do CDS-PP de fazer uma questão que sabe à partida que o Governo não tem dados para responder: «O senhor acha que o Governo acompanha as operações financeiras do BPN. Toda a gente sabe que o Governo não pode responder esta pergunta».

«Quem ganhou com gestão danosa vai ser responsabilizado»

Governo mantém intenção de privatizar BPN

Sócrates aproveitou para divulgar alguns dados relativos ao crescimento, fazendo uma revisão em alta dos dados até agora conhecidos.

PUB

Últimas