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Probabilidade de alcançar metas da troika é «muito elevada»

Governo está a cumprir o «fundamental», diz António de Sousa

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) acredita que Portugal vai atingir as metas propostas no acordo com a troika, já que o Governo está a cumprir o «fundamental» ainda que o país dependa de fatores que não controla.

Com «tudo o resto constante, as probabilidades de conseguirmos atingir os objetivos são muito elevadas», disse em entrevista à agência Lusa António de Sousa, destacando, no entanto, que há fatores externos que o país não controla e que podem vir a ser determinantes no evoluir da situação, como o caso da Grécia.

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Paralelamente, «há uma incógnita que tem a ver com economia mundial e europeia, que pode criar problemas adicionais ao país, sobretudo às exportações».

Já na frente interna, «o trabalho está a ser feito no fundamental» pelo Governo, tanto ao nível de controlo das despesas públicas como de reformas estruturais. «Tudo o que falámos durante anos está a acontecer», considerou, referindo-se a mudanças na legislação laboral, do arrendamento ou poupanças na saúde e educação.

Certo é que as empresas públicas já estão a falhar as metas da troika.

Com um discurso positivista sobre o ajustamento financeiro e económico que Portugal está a levar a cabo, António de Sousa recusar equacionar, pelo menos por agora, a necessidade de um segundo empréstimo a Portugal, caso o Estado não consiga voltar a financiar-se nos mercados no final de 2013.

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«Pode ser muito interessante do ponto de vista mediático, mas estar sempre discutir quanto vai faltar daqui a ano e meio é tempo perdido, sobretudo se nos desviar do que é preciso fazer no dia-a-dia».

E fez notar que mesmo que Portugal não consiga voltar a financiar-se a longo prazo e a taxas de juro baixas como fazia antes da crise da dívida soberana pode ir fazendo sucessivas emissões de curto prazo e assim ir colmatando as necessidades de financiamento do Estado.

«As emissões a curto prazo feitas este ano (e já foram [emitidos] nove mil milhões de euros) foram bem-sucedidas, a taxas mais razoáveis, o que significa que em 2013 podemos não voltar ao mercado como há três anos, mas podemos ir aumentando estes prazos, aumentando um pouco o rollover da dívida».

Além das emissões feitas pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), o responsável destacou ainda como pontos positivos do ajustamento que o país está a levar a cabo o equilíbrio da balança comercial que, considera, Portugal vai conseguir alcançar «este ano e em 2013» e que «era algo impensável há pouco tempo», assim como o «quase equilíbrio da balança de pagamentos global».

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«Tudo indica que vamos equilibrar essa situação», algo que António de Sousa considera fundamental até porque enquanto não fosse feito colocaria o país a dever mais todos os anos.

Ainda não é este ano que bancos regressam aos lucros

Depois de se ter conhecido os resultados dos bancos em 2011, com prejuízos acumulados que ultrapassaram 1.500 milhões de euros, António de Sousa não ficou surpreendido com a boa reação dos depositantes já que tanto os reguladores como os bancos tiveram a preocupação de explicar as «circunstâncias excecionais e na sua maioria irrepetíveis que deram origem» a esses resultados, o que «foi bem compreendido pela população em geral».

Quanto às contas para 2012, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) antecipou «melhores notícias» admitindo que o sistema bancário poderá regressar aos lucros, mas apenas suportado pelas «operações no estrangeiro».

Já em Portugal os resultados deverão ser nulos ou mesmo «tendencialmente negativos» na atividade de retalho, penalizados por fatores como o eventual aumento do crédito malparado, as elevadas taxas de juro pagas pelos depósitos ou a «rentabilidade negativa» da carteira de crédito à habitação.

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