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PS quer ouvir presidentes da CGD e da Cimpor

Basílio Horta quer ouvir também ministro das Finanças no Parlamento

O PS quer ouvir no Parlamento o ministro das Finanças e os presidentes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da Cimpor para esclarecer os «contornos» da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Camargo Corrêa sobre a cimenteira portuguesa.

A InterCement, detida pela Camargo Corrêa, lançou a 30 de março uma OPA sobre a totalidade do capital da Cimpor, oferecendo 5,50 euros por ação.

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O PS considera, no entanto, que «há três aspetos» da operação sobre os quais os «contribuintes portugueses têm o direito de ser esclarecidos», afirmou o deputado socialista Basílio Horta, citado pela Lusa.

Em primeiro lugar, o PS quer saber «qual o motivo» pelo qual a Caixa Geral de Depósitos (CGD) «está a estudar a possibilidade de vender as suas ações a este preço [5,50], quando ainda há bem pouco tempo [na OPA lançada pela brasileira CSN] teve uma oferta de 6,50 euros, um euro a mais por ação, e não o quis fazer».

A CGD já disse que considera «aceitável» o preço oferecido pela venda da sua participação na Cimpor, ainda que «suscetível de melhoria» e que a decisão de vender se insere no processo de desalavancagem e de centralização no negócio bancário.

Basílio Horta afirmou que os socialistas querem também saber qual será a estratégia da Camargo Corrêa para a Cimpor, caso a OPA tenha sucesso.

«Segundo notícias não desmentidas, a Camargo Corrêa, uma vez comprada a Cimpor, propõe-se a desmembra-la, ou seja, repartir as suas fábricas e as suas competências por outras entidades. Pergunta-se: Isto é útil à economia portuguesa? Foi exatamente para evitar o desmembramento da Cimpor que a CGD recusou a oferta que lhe foi feita [pela CSN]», afirmou o deputado.

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Os socialistas pretendem, assim, saber se «houve mudança de opinião» por parte do banco público e se o «desmembramento» da Cimpor «já é indiferente para o banco do Estado e, consequentemente, para o Governo português».

Em terceiro lugar, o PS quer saber como é que a Camargo Corrêa vai concretizar a integração de alguns dos seus ativos na cimenteira portuguesa.

«Segundo notícias também não desmentidas, a Camargo Corrêa, uma vez comprada a Cimpor, vai meter dentro da Cimpor unidades fabris e, eventualmente, empresas que são suas. Como é que essa operação se vai fazer? É através de compra pela cimpor?», questionou.

Para «esclarecer» estas três questões, o PS vai apresentar na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas um requerimento tendo em vista as audições do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, o presidente do conselho de administração da CGD, Faria de Oliveira, e o presidente do conselho de administração da Cimpor.

Basílio Horta sublinhou que «não está em causa o investimento brasileiro», mas sim o «contorno da operação da Camargo Corrêa sobre a mais internacionalizada empresa portuguesa».

Questionado sobre a proposta alternativa à OPA apresentada pela Semapa, o deputado socialista salientou o facto de se tratar de «uma empresa portuguesa» que oferece 5,75 euros por ação, mais 0,25 euros do que a Camargo Corrêa. «Se for recusada esta proposta, os contribuintes têm o direito de saber porquê», disse Basílio Horta.

A empresa liderada por Pedro Queiroz Pereira, informou o mercado, na segunda-feira ao final do dia, que apresentou à Caixa Geral de Depósitos e ao Fundo de Pensões do BCP, acionistas da Cimpor, uma proposta de aquisição das suas participações na cimenteira, «por uma sociedade a constituir do conjunto das participações daquelas entidades» na empresa portuguesa.

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