Num cenário de stress, os bancos portugueses devem necessitar de 14 mil milhões de euros, estima a Roubini Global Economics, a equipa liderada pelo economista.
Embora esteja à frente da banca irlandesa e espanhola, a banca nacional tem a sua fragilidade assente na exposição demasiada à dívida pública, a mesma «tragédia» que abalou o sistema financeiro grego, avisa o estudo, citado pelo «Jornal de Negócios».
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Também a «elevada concentração no imobiliário» e o facto de tere «facilitado o endividamento do sector público durante a crise», constituem problemas para a banca portuguesa.
Na análise constam o BCP, BES, BPI e CGD. Numa situação «adversa», com uma quebra de 20% nos resultados, antes de provisões para incumprimento de crédito, resultante de medidas de austeridade, a necessidade de capital destes bancos varia de 3,5 a 9 mil milhões de euros.
Com uma eventual reestruturação da dívida soberana dos países periféricos da Zona Euro, Portugal incluído, deve-se somar mais cinco mil milhões de euros, diz o estudo assinado por Jennifer Kapila.
Subida dos juros do BCE agrava problemas de Portugal
Intitulado como «profeta da desgraça», Nouriel Roubini alertou hoje para as consequências do aumento da taxa de juro de referência por parte do Banco Central Europeu, expectável já em Abril, na economia dos países periféricos da Zona Euro.
«Em princípio, vão começar a aumentar a taxa em Abril e depois repetir as subidas mais umas vezes durante este ano. Mas existem cinco países periféricos onde o crescimento é praticamente nulo ou existe mesmo uma contracção, com problemas severos no sistema financeiro, com perda de competitividade e onde se verifica a necessidade de restaurar o crescimento da economia», disse Roubini, citado pela Blooomberg.
«Temo que estas subidas dos juros agravem ainda mais a fragilidade destas economias e a sua falta de competitividade», alerta o economista.
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