A tarifa social criada pelo Governo para apoiar famílias carenciadas corresponde a um desconto máximo de 80 cêntimos na factura mensal de electricidade e motivou indiferença aos eventuais beneficiários reflectida num número de adesões aquém do previsto.
A EDP, que detém a maior fatia de mercado no país, recebeu até 1 de Fevereiro 50 mil pedidos de adesão à tarifa social anunciada pelo Governo, em Outubro, como uma medida de cariz social para reduzir a factura de electricidade a perto de 700 mil famílias em situação de carência económico-social, escreve a Lusa.
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Uma loja da EDP em Bragança registou a maior enchente em meados de Janeiro, depois de a Segurança Social enviar cartas a atestar a condição dos potenciais beneficiários, essencialmente famílias a receber prestações sociais como Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos, Subsídio Social de Desemprego, etc.
Nas últimas semanas, o afluxo de pessoas diminuiu, sobretudo com a «desilusão» do valor do desconto.
«O nome está associado a uma ideia de desconto significativo no preço», constatou Vítor Machado, representante da Deco na Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que entende que foi «criada alguma expectativa na população mais carenciada consubstanciada num desconto diminuto».
A associação de defesa do consumidor tem as contas disponíveis na Internet e calculou que «na melhor das hipóteses, trata-se de uma poupança de 9,5 euros por ano».
Contactado o Ministério do Trabalho e da Segurança Social esclareceu, por escrito, que «o papel da Segurança social na implementação da tarifa social passou apenas pela identificação dos beneficiários desta medida».
Refere ainda que «a Segurança Social já enviou cartas a todos os beneficiários das prestações sociais abrangidas pela medida», sem indicar a quantidade, e remete todas as outras questões para a tutela do sector da energia.
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