O braço-de-ferro aperta entre a banca e a troika. O presidente do BPI gostava de deixar de assistir a conferências de imprensa do FMI, BCE e Comissão Europeia, conferências que são feitas por funcionários «não eleitos democraticamente». Fernando Ulrich preferia ouvir só o Governo, que está, de resto, a fazer «um excelente trabalho» e diz que imposição da troika quanto ao reforço de capitais é uma «estupidez monumental».
Durante a sua intervenção no Congresso «O Imperativo do Crescimento», organizado pela CIP - Confederação Empresarial Portuguesa, em Lisboa, Fernando Ulrich disse que ia aproveitar «ter um microfone» para deixar uma mensagem.
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E a mensagem foi a seguinte: «Apelo para que acabem as conferências de imprensa da troika. Poupem-nos de ter de ouvir funcionários de quinta ou sétima linha não eleitos democraticamente. Venha união política que aí o meu voto conta para eleger a senhora Merkel».
A haver uma mensagem, Ulrich prefere então que esta seja proferida pelo Governo e, especificamente, pelo «ministro das Finanças», que tem «humor».
Note-se que ontem a troika, precisamente em conferência de imprensa, apresentou os resultados da segunda avaliação a Portugal, no âmbito do resgate financeiro. A banca tem agora mais seis meses para reforçar capitais.
FMI, Comissão Europeia e BCE pediram ainda uma «desalavancagem ordeira» da banca.
Neste congresso, o presidente do BPI adiantou ainda as suas estimativas sobre o financiamento: o crédito vai cair 36 mil milhões até 2014.
O presidente do BES também está a participar no encontro. Ricardo Salgado adiantou que as instituições financeiras têm concedido financiamento às empresas públicas desde Agosto.
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