Já fez LIKE no TVI Notícias?

Vítor Bento: «Crise deve-se ao défice externo e não à dívida»

Relacionados

Presidente da Sociedade Interbancária de Serviços aponta culpados e apresenta três caminhos para sair da crise

O défice externo é o «grande indicador do desequilíbrio»

que acabou por originar «a situação difícil por que vários países estão a passar». A opinião é de Vítor Bento, presidente da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), para quem os sinais de alarme estavam lá, mas foram ignorados.

PUB

«O sinal de alarme esteve lá, desligou-se a campainha e deixou de se prestar atenção», disse Vítor Bento na conferência «Portugal 2011: vir o Fundo ou ir ao fundo?», a decorrer na Faculdade de Direito de Lisboa.

«A acumulação de défices externos acabou por se traduzir na acumulação de dívida externa», disse o economista, adiantando que a dívida bruta de Portugal corresponde a 230% do Produto Interno Bruto (PIB), «a mais alta da União Europeia e uma das mais altas do mundo desenvolvido».

Dívida externa que é, aliás, o «grande problema» do país, relacionada, tanto «com aumento da divida publica, mas também da dívida privada. Esta última mais do que duplicou na última década em relação ao PIB», como explicou o administrador do banco BIG, Carlos Rodrigues.

Transformar dívida em capital

Então como sair da crise? Vítor Bento apresenta três vias: «venda de activos ao exterior, transferência de divida em capital e aperto da procura interna».

No caso da segunda, a que gerou mais polémica entre a plateia, trata-se de compra de parte de empresas públicas por parte dos credores de Portugal, o economista explicou-se: «As empresas, principalmente as que estão cotadas em bolsa, podem ser compradas por qualquer um, principalmente estrangeiros, que são os que têm capacidade para isso».

PUB

«É o processo normal de desalavancagem da economia», reiterou o responsável pelo SIBS.

Perante as necessidades do país, um dos agentes que mais sofre é o sistema financeiro, o qual terá de continuar a restringir o acesso ao crédito.

«Os bancos estão mais expostos a este processo de desalavancagem da economia e vão ter de reduzir o crédito, o que terá consequências sérias no funcionamento da economia».

Vítor Bento sublinhou, por último, que é necessário «ganhar competitividade para aproveitar o destino que a Alemanha vai dar à economia».

[Notícia actualizada]

PUB

Relacionados

Últimas