O actual governador do Banco de Portugal (BdP) está de saída para ocupar o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu. Vítor Constâncio cumpre esta segunda-feira o último dia no BdP para substituir, já a partir de amanhã, o grego Lucas Papademos.
Em Portugal, o substituto de Vítor Constâncio, Carlos Costa, prepara-se para assumir funções também no arranque do mês de Junho. A pesada herança dos dossiês sobre os casos BPN e BPP, além da actual crise financeira, prometem marcar o mandato que agora começa.
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Vítor Constâncio deixa para trás um legado que alguns consideram negativo. «É um péssimo decisor a vários níveis», afirmou o economista Camilo Lourenço, ao Rádio Clube Português. Além das falhas de supervisão, também apontadas pela comentadora Inês Serra Lopes, «há outra área onde não se portou bem. O banco de Portugal, como qualquer banco central tem de ser um preventor. Portanto, não devia ter andado de mão dada com o governo a elogiar a política orçamental».
Aliás, esta «aliança» com o Governo «é o aspecto ideológico de Vítor Constâncio que deixou contaminar o seu lado económico. Ora isto sai-lhe muito mal na pintura», rematou.
Já Carlos Costa vai ter em mãos outras preocupações, para além do BPN e do BPP: a revisão do sistema financeiro, que implica mais regras nos requisitos de capital por parte da banca, e a reforma do modelo de supervisão bancária.
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