Portugal não vai cumprir as metas acordadas com a troika, permanecendo com um défice acima de 3% em 2015, segundo a OCDE, que defende um desvio dos objetivos, se o crescimento for menor do que o previsto.
OCDE diz que economia nacional vai crescer menos que o previsto pelo Governo em 2014
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De acordo com o Economic Outlook, divulgado esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal vai chegar ao fim deste ano com um défice orçamental de 5,7%, valor que deverá cair para os 4,6% em 2014 e para os 3,6% em 2015.
Todos estes valores estão acima dos objetivos acordados entre as autoridades portuguesas e a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), de 5,5% em 2013, 4% em 2014 e 2,5% em 2015.
Os técnicos da OCDE consideram que, tendo em conta que a economia portuguesa permanece fraca, «é importante permitir que os défices orçamentais se desviem dos objetivos se o crescimento se revelar mais baixo do que o esperado para evitar uma espiral negativa entre as condições macroeconómicas e os objetivos orçamentais».
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Sublinhando que «a consolidação orçamental vai aumentar a confiança», a OCDE considera que há riscos negativos que se colocam à evolução da economia portuguesa.
Entre os riscos apontados para 2014 estão «a possibilidade de uma contração do consumo privado mais elevada do que o previsto, devido às medidas de austeridade e ao crescimento das exportações mais baixo do que o esperado».
Além disso, a OCDE alerta que um crescimento económico inferior ao projetado iria prejudicar o cumprimento dos objetivos orçamentais.
A Organização aponta ainda riscos políticos, destacando que «um novo chumbo do Tribunal Constitucional às medidas incluídas no Orçamento para 2014, que iria tornar mais difícil o cumprimento da meta do défice e pode aumentar as taxas de juro».
No entanto, a OCDE considera também que há fatores que podem influenciar positivamente a economia portuguesa: «uma recuperação da concessão de crédito mais rápida vai permitir uma recuperação [económica] mais rápida», lê-se no relatório.
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