«Quem tem na mão as chaves da governação em Portugal» já não é José Sócrates, mas sim Pedro Passos Coelho, segundo o jornal alemão «Frankfurter Allgemeine».
No entanto, o dirigente social-democrata «terá de escolher entre a peste e a cólera», se deixar passar o Orçamento do Estado (OE) para 2011 no Parlamento, na votação na generalidade na quarta-feira, acrescenta o jornal.
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«Frankfurter Allgemeine» entende que, se o PSD abrir caminho ao OE, e viabilizar o aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 21 para 23 por dento, quebrará a sua promessa de não sobrecarregar mais os cidadãos.
Por outro lado, se travar o Orçamento, «mergulhará o país numa situação económica precária, e também numa crise política».
Por isso, «o homem que quer substituir o chefe de governo socialista, o mais tardar após as eleições gerais de 2013, escolheu, pela segunda vez, a pose de estadista», diz o matutino alemão.
«Ele apoiou o rumo de austeridade de Sócrates e aumentos de impostos no pacto de estabilidade anterior, e para os portugueses, colocou-se ao mesmo nível do primeiro-ministro», lê-se no jornal.
«Agora, no segundo teste de dureza, entre a rigidez de princípios e o pragmatismo, surge de novo como salvador do rival, para evitar males maiores».
O jornal alemão fez um perfil de Passos Coelho, sublinhando ainda que o presidente do PSD quer ser considerado um social-democrata liberal, «com a tónica no liberal», que não esconde as críticas à situação do país.
«No entanto, fá-lo com um sorriso que Sócrates já perdeu, após cinco duros anos de governação», conclui o artigo.
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