O presidente do CDS-PP manifestou-se esta segunda-feira de acordo com a criação de um mecanismo europeu para a gestão de crises, mas advertiu que Portugal tem de fazer os seus deveres, devendo menos ao exterior e crescendo mais.
Paulo Portas falava aos jornalistas no final de uma audiência com o primeiro-ministro, em São Bento, sobre a próxima cimeira europeia, quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
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Ao contrário da audiência com o PSD, que durou cerca de 30 minutos, a conversa entre José Sócrates e Paulo Portas prolongou-se por hora e meia.
No final da reunião, o presidente do CDS-PP defendeu a necessidade de uma resposta europeia para fazer face à actual conjuntura financeira em torno da Zona Euro, escreve a Lusa.
No entanto, Paulo Portas salientou que esse passo da União Europeia «não dispensa cada país de fazer os seus deveres, sobretudo os que se encontram numa situação mais vulnerável».
«Sintetizando: É bom que haja um mecanismo de ajuda mútua na União Europeia; o projecto europeu existe para os bons e maus momentos; a resposta europeia deveria ter acontecido mais cedo; se for necessário uma alteração aos tratados da União Europeia, que se faça. Mas Portugal tem de ser capaz de contrariar o altíssimo endividamento que contraiu, tem de ter soluções para o crescimento da economia, tem de fazer reformas que são importantes e, portanto, tem de cumprir os seus deveres», frisou Paulo Portas.
Na perspectiva do líder do CDS, «o excesso de endividamento colocou Portugal numa situação semelhante a um protectorado, em que o soberano é mais o nosso credor do que o nosso povo».
«Só há uma coisa a fazer em relação aos mercados: dever-lhes pouco ou crescer muito. Se Portugal tiver pouca dívida face ao exterior, ou se a sua economia crescer muito, então temos a certeza que não teremos estes problemas e que muita gente estará interessada em comprar a nossa dívida», rematou.
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