A taxa de poupança dos portugueses cresceu em 2009 de 6,4 para 8,8% do rendimento disponível, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira.
O valor é inferior ao já anunciado pelo Governo (que era de 9,6%) mas superior ao reportado pelo Banco de Portugal (que aponta para 8,6%).
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Este aumento da poupança das famílias, aliado à menor necessidade de financiamento das empresas e dos bancos fez com que a necessidade de financiamento externo da economia portuguesa baixasse para 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.
Esta tendência compensou o aumento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas, que «não pode deixar de estar associada ao efeito da crise económica tanto no lado dos recursos, com a correspondente perda da receita de impostos (os impostos sobre a produção e importação e os impostos sobre o rendimento e património apresentam variações de -12,0% e de -9,2%, respectivamente), como nos empregos, sobretudo devido ao aumento das despesas correntes em prestações sociais que atingiu 8,8%».
Em 2009 as famílias portuguesas consumiram menos para poupar mais. O INE diz mesmo que a maior poupança «resultou fundamentalmente da variação negativa nominal do consumo que se situou em -2,5% já que o rendimento disponível se manteve praticamente ao mesmo nível de 2008».
Já este ano e no ano que vem, pelo menos a julgar pelas previsões do Banco de Portugal, a poupança voltará a diminuir. A instituição ainda liderada por Vitor Constâncio estima que a taxa da poupança cairá para 7% do rendimento disponível.
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