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Bruxelas antecipa menos crescimento e banca a complicar défice

Comissão Europeia continua mais pessimista do que o Governo, alertando que o "impacto potencial" do apoio público ao setor bancário é um risco negativo que pode penalizar o cumprimento dos objetivos orçamentais a que o país está obrigado

A Comissão Europeia divulgou as suas previsões económicas de outono e espera agora um défice ligeiramente inferior em 2017. No entanto, continua mais pessimista do que o Governo e reviu também o crescimento do PIB em baixa. As estimativas vêm acompanhadas de alertas, sobretudo sobre o "impacto potencial" do apoio público ao setor bancário em Portugal, que constitui, diz Bruxelas, um risco negativo que pode penalizar o cumprimento dos objetivos orçamentais a que o país está obrigado.

Os riscos das perspetivas orçamentais "estão inclinados para o lado negativo". Por três razões: "as incertezas em torno das perspetivas macroeconómicas", "as possíveis derrapagens orçamentais" e "o impacto potencial no défice das medidas de apoio à banca".

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Vamos aos números: prevê-se que o défice orçamental alcance os 2,7% do PIB em 2016, a mesma previsão que tinha avançado no último boletim, em maio; que caia para os 2,2% em 2017; mas que se agrave novamente em 2018, para os 2,4%.

O Governo português, por seu lado, espera que o défice seja de 2,4% do PIB este ano, ou seja, 0,3 pontos percentuais abaixo do antecipado por Bruxelas. Quanto a 2017, o executivo de António Costa é ainda mais otimista, prevendo uma redução para 1,6%. Uma diferença acentuada de 0,6 pontos percentuais em relação à previsão da equipa comunitária.

Quanto ao crescimento económico de Portugal, Bruxelas antecipa que o PIB português cresça 0,9% este ano e 1,2% em 2017. Para 2016, esperava em maio um crescimento da economia de 1.5%. Para os dois anos seguintes, prevê que acelere "ligeiramente" o ritmo, mas mesmo assim de forma não tão pronunciada como chegou a pensar.

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Para 2017, a estimativa do executivo comunitário é que Portugal cresça 1,2% (abaixo dos 1,7% previstos há seis meses) e, para 2018, a previsão aponta para um crescimento de 1,4%.

O que não está a resultar

A Comissão Europeia admite que as previsões para o crescimento da economia portuguesa até 2018 podem ser revistas em baixa, caso o investimento não recupere nos próximos três anos.

Isto vai depender de uma recuperação do investimento, que se tem mantido, até ao momento, frágil e sensível à materialização de quaisquer choques negativos. Neste sentido, os riscos à previsão estão inclinados para o lado negativo".

Bruxelas considera que a recuperação económica portuguesa é "modesta" e está a ser liderada pelo consumo privado, ao mesmo tempo que é "travada" por níveis baixos de investimento, cita a Lusa.

Nas previsões, Bruxelas estima que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) -  o investimento - tenha caído 1,4% este ano, prevendo que recupere nos dois próximos anos, aumentando 3,7% em 2017 e 4,1% em 2018.

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Na proposta de Orçamento do Estado para 2017, o Governo é menos pessimista do que Bruxelas quanto ao investimento este ano, esperando que tenha diminuído apenas 0,7% (no Programa de Estabilidade, em abril, esperava um crescimento de 4,9%).

Já quanto ao próximo ano, o executivo é menos otimista do que a Comissão, esperando que a FBCF suba 3,1%.

Para a Comissão, "o investimento deve ganhar ritmo em 2017", impulsionado pela recuperação dos investimentos cofinanciados pela União Europeia, mas também em 2018, devido ao "reforço da procura externa, sobretudo dos países emergentes".

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