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Autoeuropa produziu 18 vezes mais mesmo com um dia de greve

Agosto foi um mês em que a produção cresceu bastante face a 2016, apesar de a empresa ter enfrentado, pela primeira vez, uma greve dos seus trabalhadores no dia 30

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, produziu 18 vezes mais automóveis em agosto, comparativamente ao mesmo mês de 2016. No total, foram fabricados 6.241 automóveis, +1.683,1%, segundo a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). E essa melhoria aconteceu, mesmo com o dia de greve, o primeiro na história da empresa, que se cumpriu a 30 de agosto.

O mês passado foi, também, marcado pelo início da produção do novo modelo, o T-Roc. A fábrica do grupo Volkswagen foi responsável por 72,5% do total da produção automóvel em Portugal em agosto.

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Em 2016, na mesma altura, tinham sido finalizados 350 veículos, numa altura de paragem de verão. Ora, este ano, a paragem decorreu na última semana de junho e na primeira de julho.

A ACAP divulgou hoje terem sido produzidos 8.610 unidades totais em Portugal, em agosto, um disparo de 211%.

Nos primeiros oito meses deste ano, a fábrica de Palmela produziu 59.296 viaturas, mais 3,5%. O acumulado da indústria automóvel nacional é de 102.314, numa subida de 5,3%.

Governo acredita em entendimento

Esta quinta-feira dia de Conselho de Ministros, como habitualmente todas as semanas. O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, revelou que o conflito laboral na Autoeuropa não foi debatido, voltando a dizer que acredita num entendimento entre administração e trabalhadores.

O Governo continua a acompanhar a situação, destacando que se trata de um investimento "muito importante" do grupo alemão Volkswagen em Portugal.

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O ministro realçou a duplicação do número de carros produzidos naquela que já era a maior fábrica de automóveis em Portugal e a importância da Autoeuropa para o país, quer a nível de emprego, quer em termos de exportações.

Penso que vai ser possível um entendimento entre a administração e os trabalhadores".

Na quarta-feira, Caldeira Cabral já tinha considerado que o Governo "não se deve envolver diretamente" no conflito laboral existente na fábrica da Autoeuropa, mas assegurou acompanhamento das negociações na empresa em Palmela.

Manuel Caldeira Cabral recordou que já se reuniu tanto com a direção da fábrica de Palmela como com o presidente executivo da Volkswagen em Milão, Itália. “O que demonstrei foi confiança em que se encontre uma solução com a comissão de trabalhadores, que satisfaça ambas as partes”.

Na semana passada, o sindicato que representa os trabalhadores da Autoeuropa teve uma reunião com a administração e, no final, disse que "estão abertos os canais para o diálogo"

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As reivindicações

Os trabalhadores da Autoeuropa contestam a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado após a implementação do novo horário de laboração contínua, com três turnos diários de segunda a sábado.

Com o novo horário que a administração da Autoeuropa pretende colocar em prática a partir de novembro, os trabalhadores da fábrica passam a ter uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana, o que significa que só terão dois dias de folga consecutivos quando a folga rotativa for ao sábado ou à segunda-feira.

Uma vez que a atual Comissão de Trabalhadores está demissionária, devido à rejeição pelos trabalhadores do pré-acordo que tinha negociado com a empresa, a administração da Autoeuropa deverá esperar pela eleição da nova Comissão de Trabalhadores, marcada para dia 3 de outubro. 

Na quarta-feira, o presidente executivo da marca Volkswagen disse esperar uma solução em outubro para o conflito laboral da Autoeuropa e afastou a hipótese de transferir a produção do novo modelo T-Roc de Palmela.

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