A deputada socialista Helena André considerou esta quinta-feira que a postura do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativamente à crise da dívida soberana tem sido mais flexível do que a da União Europeia (UE).
«A posição do FMI tem sido mais flexível e aberta que a da própria União Europeia», disse Helena André, citada pela Lusa, acrescentando que houve uma má resposta europeia à crise da dívida soberana de Portugal, da Irlanda e da Grécia.
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A ex-ministra do Trabalho e da Solidariedade, que falava num encontro sobre o modelo social europeu em que o comportamento das agências de notação financeira face à dívida portuguesa acabou por ser abordado por vários participantes, lançou a questão se os ataques seriam contra o euro ou contra a postura assumida pela União Europeia nos programas de resgate.
Helena André defendeu a necessidade de serem desenvolvidos mecanismos de controlo e fiscalização das estruturas financeiras, ideia que também foi defendida pelo presidente do Conselho Económico e Social Silva Peneda.
«Trichet marimbou-se para agências de rating»
Já para José Silva Peneda, a falta de regulação do sector financeiro foi responsável pelo inicio da crise financeira.
O presidente do CES e ex-ministro do emprego congratulou-se com o facto de o presidente do Banco Central Europeu (BCE) ter decidido «marimbar-se para as agências de rating».
Armindo Silva, da Direcção-geral do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia, considerou que a agência de notação financeira Moody's «não está só» na posição que tomou, que representa uma crítica ao tipo de apoio que a Europa está a dar aos países em dificuldades e é sinónimo de dúvida quanto à capacidade de recuperação do crescimento económico desses países.
A agência de notação financeira Moody's cortou na terça-feira o «rating» da dívida de longo-prazo da República Portuguesa em quatro níveis de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de «lixo» (junk).
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