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«Grécia terá de reestruturar dívida»

País pode «fechar a loja» se não receber os 12 mil milhões até 26 de Junho

A Grécia terá, mais cedo ou mais tarde, de reestruturar a dívida soberana, afirmou em entrevista à agência Lusa o antigo comissário europeu das Relações Exteriores, Chris Patten.

«Já disse isto no passado, mas não conheço nenhum economista sério que pense que, no final das contas, a Grécia não reestruture a dívida. Talvez não este ano ou no próximo, mas mais cedo ou mais tarde», afirmou Patten, actual presidente da BBC, a emissora pública de rádio e televisão britânica.

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Chris Patten, que foi presidente do Partido Conservador britânico e ministro no Governo britânico, para além do último governador de Hong Kong (território devolvido à China em 1997), disse ainda acreditar que as instituições europeias já estão a fazer planos de contingência para uma reestruturação grega.

«Tenho a certeza de que há já planos no Banco Central Europeu para [pensar] como a reestruturação da dívida grega pode ser feita. Seria muito complicado, altamente difícil e há a questão de fundo, que é como fazer os detentores de dívida aceitar algumas perdas, se houver uma reestruturação. Os bancos que emprestaram dinheiro não querem isso, como se pode imaginar», considerou Patten.

O Governo grego, liderado por George Papandreou, reuniu-se na quarta-feira com uma delegação da «troika» (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que concedeu à Grécia um resgate financeiro de 110 mil milhões de euros, para analisar a evolução do cumprimento de um programa de austeridade pelo Governo grego. Das conclusões da delegação depende a entrega da quinta «tranche» do resgate.

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No dia anterior, o ministro das Finanças grego, Yorgos Papaconstantínu, afirmou que o país pode «fechar a loja» se não receber os 12 mil milhões de euros até 26 de Junho.

O Governo grego vai avançar com novas medidas de austeridade e com um ambicioso plano de privatizações, medidas que visam responder às condições para continuar a receber o empréstimo trianual concedido em maio de 2010, pela Zona Euro e pelo FMI, num valor total de 120 mil milhões de euros.

A «nova fase» do programa de austeridade visa reduzir o défice público grego dos 10,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) registados em 2010, para 7,5 por cento este ano, mas não recolhe o apoio dos partidos da oposição.

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