O empresário José Guilherme, que ofereceu uma prenda de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, afirma que já perdeu cerca de 25 milhões de euros «com a Resolução determinada pelo Banco de Portugal» e que até pode vir a «perder muito mais». José Guilherme mostrou-se indisponível para depor no parlamento na comissão de inquérito ao BES, em fevereiro, mas já respondeu às 30 perguntas elaboradas pelos grupos parlamentares.
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No documento enviado à comissão parlamentar e a que a TVI teve acesso, o empresário, que reside em Angola, esclarece que as perdas resultam do investimento em «acções, obrigações e unidades de participação de diversas entidades do GES e do BES», descartando a compra de papel comercial.
«Creio que nunca investi em papel comercial.»
«Foram mantidas conversações com o Novo Banco e prestadas todas as informações solicitadas para encontrar uma solução. Aguardo, neste momento, uma proposta do Novo Banco com vista à determinação da dívida pela qual devo efectivamente ser considerado responsável perante o Novo Banco, e à reestruturação da mesma»
«No final de 2012, a dívida pessoal somada à dívida e responsabilidades de entidades por mim dominadas ou de terceiros mas que avalizei ou garanti pessoalmente, era de cerca de 204 milhões de euros. Em agosto de 2014, antes da Resolução, o montante daquela dívida era de cerca de 121 milhões de euros, tendo o remanescente sido pago.»
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De resto, o empresário começa logo por avisar, numa declaração introdutória, que o facto de estar envolvido no processo Monte Branco o impede de falar sobre a questão.
«Informo que sou interveniente num processo a correr termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Aquilo que posso afirmar pode ser interpretado no sentido de me ser imputada responsabilidade criminal, pelo que, e tenho em conta o preceituado nos artigos 86 n.º8 e 132 n.º2 do Código do Processo Penal, não presto qualquer declaração relativamente a tais questões.»
As respostas do empresário surgem depois de a comissão ter decidido participar ao Ministério Público a sua recusa em depor no parlamento.
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