Ricardo Salgado mencionou novamente as reuniões que teve, em maio de 2014, com diversos responsáveis políticos, incluindo o Presidente da República, o primeiro-ministro e a ministra das Finanças, garantindo que os alertou para o «risco sistémico» dos problemas do GES virem a prejudicar o BES.
Ao contrário do que ainda na terça-feira afirmou o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que também teve uma reunião com Salgado, o ex-presidente do BES assegura que não pediu apenas ajuda para salvar o GES, mas avisou os governantes do «risco sistémico» que podia afetar o banco.
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«Transmiti que a crise no GES afetaria a confiança do mercado no BES e a confiança é o principal ativo de qualquer banco. Não fui pedir qualquer favor. Era meu dever advertir as autoridades para o risco sistémico. Infelizmente não estava enganado».
O ex-presidente do BES contava que o apoio que pediu, através da Caixa Geral de Depósitos, tivesse sido dado, mostrando até algum ressentimento pelo que o banco tinha ajudado o Estado anteriormente.
«Recordo que, quando outros bancos necessitaram de uma recapitalização pública, o BES, sem essa faculdade, concedia empréstimos às empresas publicas».
«Nessa altura, estava disponível uma linha de recapitalização pública. Pergunto, então: quem forçou a medida de resolução?»
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