Para além de ter considerado «ilegal» a medida de resolução do Banco de Portugal que dividiu o BES em dois, o ex-administrador do banco, Rui Silveira, que teve o departamento jurídico do banco a seu cargo, defendeu o mesmo, esta segunda-feira, em relação à «decisão unilateral» de Angola de retirar a garantia estatal que tinha concedido ao banco. Uma garantia que cobria até quase 5,7 mil milhões de créditos concedidos pelo BES ao BESA.
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«Ainda hoje não percebo como é que não houve reação à revogação [da garantia soberana]. Eu sei como teria reagido. Judicialmente»
BESA era ativo «valiosíssimo» em junho
O que Rui Silveira garante que lhe foi dito é que a garantia era «válida, firme e irrevogável» e que, em junho, o regulador Pedro Machado, do Banco de Portugal, lhe assegurou que o BESA era tido como um «ativo valiosíssimo», afirmou.
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Por isso, perante a validade da garantia, a KPMG «nunca exigiu provisionamento do crédito concedido pelo BES ao BESA», nem do crédito concedido pelo BESA aos seus clientes. Certo é que, um mês depois, a garantia caiu e o BES implodiu ainda mais por causa disso.
Questionado por Pedro Nuno Santos (PS), sobre como é que «com tão pouca informação se pode expor tanto o BES ao BESA», o ex-administrador do Banco Espírito Santo explicou que que havia «excessos de exposição, mas supostamente para uma alimentar carteira saudável», segundo informações confirmadas pelo próprio Banco Nacional de Angola.
«Havia falta de informação, havia, mas chegava esta informação do BNA, de que carteira de crédito era das melhores do sistema financeiro angolano. Havia informação errada e opacidade»
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