Depois de, ontem, o ministro das Finanças ter afastado aumentos salariais para a função pública nesta legislatura e de ter confirmado o descongelamento de carreiras, mas de forma faseada, a Frente Comum reagiu hoje, mostrando o seu “profundo desacordo e repúdio” por essas duas medidas não serem uma prioridade para o Governo.
"Uma vez mais está em perspetiva a penalização dos trabalhadores da Administração Pública”, lê-se em comunicado, que compara com as outras prioridades do executivo, nomeadamente a eventual revisão dos escalões do IRS e a antecipação dos reembolsos ao FMI (que o ministro por acaso indicou que não é para concluir nesta legislatura).
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A Frente Comum faz notar que “há mais de 10 anos" os trabalhadores "não vislumbram qualquer aumento salarial, além de terem as suas carreiras congeladas desde 2005”. O poder de compra da Função Pública caiu “mais de 11% na última década”.
Havendo mesmo situações de trabalhadores que, em outubro de 2016 [quando os cortes ficaram totalmente revertidos], continuam a receber menos do que recebiam em 2010 por causa do agravamento do IRS que Mário Centeno afirma não alterar”.
A Frente Comum criticou ainda que seja adiada a “melhoria das condições de vida dos trabalhadores” enquanto há planos para gastar mais de 47,6 mil milhões de euros com o pagamento de juros da dívida pública entre 2016/2021. Portugal paga uma taxa de juro pelo dinheiro emprestado pelo FMI superior a 4%, acima do que é cobrado pelos credores europeus e também acima do que atualmente o Estado paga para colocar dívida a 10 anos no mercado, pelo que a estratégia de reembolsos antecipados permite poupanças em juros.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública exige a atualização urgente dos salários e o descongelamento de todas as carreiras, para todos e ao mesmo tempo, de forma imediata e a efetivar já este ano”.
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