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O presidente do Sindicato da Construção de Portugal defendeu esta terça-feira durante uma visita ao Luxemburgo que a crise no sector faz dos portugueses «presas fáceis» de angariadores de mão-de-obra «que os exploram e abandonam».
Por causa da crise no sector, há pessoas «em situação muito vulnerável, económica e financeiramente, que são facilmente aliciadas por angariadores de mão-de-obra que lhes prometem salários de três mil euros no Luxemburgo ou de 1.500 euros em França, acabando muitos abandonados», disse à Lusa o presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro.
O responsável sindical denunciou ainda casos de portugueses enganados com falsas promessas de trabalho que depois não se concretizam.
«Há angariadores que cobram 500 euros aos trabalhadores em troca de promessas de trabalho no Luxemburgo, Bélgica, Suíça ou outros países, mas quando chegam ao dia combinado (para partir), no local onde devia estar um autocarro não está lá ninguém, e os trabalhadores ficam sem o dinheiro», afirmou, acrescentando que o sindicato vai denunciar estas situações à Polícia Judiciária.
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Na altura, o dirigente sindical Paul de Araújo, do LCGB, garantiu à Lusa que há casos de portugueses a trabalhar sete dias por semana e com salários muito abaixo do mínimo luxemburguês.
Em alguns casos, os trabalhadores «são abandonados no Luxemburgo, porque os salários não são pagos, e as pessoas ficam sem dinheiro nem meios financeiros para ficar ou voltar», disse o sindicalista.
Para Albano Ribeiro, Portugal «atravessa a maior crise de sempre no sector da construção», o que deixa as pessoas «vulneráveis».
Setor perdeu 300 mil trabalhadores nos últimos anos
«Nos últimos sete anos, o sector perdeu 300 mil trabalhadores, e só nos últimos três anos emigraram 150 mil trabalhadores do sector, a maioria para países da Europa, mas também para o Canadá, Angola e Moçambique».
«As pessoas só estão nesta situação por causa da instabilidade social e económica em Portugal, ninguém emigra porque quer».
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«Vamos colocar questões sobre a retoma do plano nacional de barragens, que poderia criar seis mil postos de trabalho, ou a reabilitação urbana, que criaria 65 mil postos de trabalho por todo o país».
Para a responsável do sindicato da construção do LCGB, Liliana Bento, não se trata de «travar a vinda de portugueses para o Luxemburgo», mas de tentar que «venham informados sobre os seus direitos».
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