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Dois anos de Governo: o que podia ficar pior, ficou

Cenário real ultrapassa as piores previsões do Governo e da Troika

Se há dois anos Portugal entrava num período complicado de assistência financeira, fazia-o com esperança. Hoje, o país continua sem soluções económicas, mas perdeu também a esperança. A principal causa do desânimo do país está nos números. O pior, ou pelo menos, o que mais toca aos eleitores é o do desemprego. De uma expectativa inicial de cerca de 13% estamos quase nos 19%. A degradação da atividade económica que Portugal atravessa não só destruiu a esperança dos portugueses, como destruiu as previsões da troika ( veja a infografia «Dois anos de troika) e do Governo. Nenhum cenário anteveu o que veio a acontecer. Ressalvando a balança externa e o decréscimo do défice, que ainda assim está aquém do acordado no memorando e foi já revisto, é caso para dizer: tudo o que podia ficar pior, ficou.

Veja alguns exemplos do antes e depois:

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PIB

- Portugal fechou o ano de 2010 com um crescimento económico de 1,9% do Produto Interno Bruto, um valor influenciado por gastos excessivos da parte do setor público que acabaram por pesar no défice orçamental e no nível de dívida pública.

- Em 2012 a recessão atingiu os 3,2% de acordo com os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística, o segundo pior resultado na história da economia portuguesa desde que existem dados. Pior só em 1975. Este ano a recessão vai manter-se e deverá atingir pelo menos 2,3%.

Desemprego

- Em 2010 os dados do INE apontavam para uma taxa de desemprego nos 10,8%, em média anual, e 11,1% no último trimestre do ano. Entre os jovens (dos 15 aos 24 anos) a taxa de desemprego era já de 22,4%.

- Os últimos dados furam todas as previsões, até as mais recentes. Segundo o INE, a taxa de desemprego em média anual ficou nos 15,7% em 2012, no quarto trimestre o desemprego bateu novos máximos históricos chegando aos 16,9% e o desemprego jovem atingiu os 37,7%. A previsão feita no início do programa apontava para que o desemprego fosse no máximo até aos 13%, agora já contempla 18,5% de taxa média anual no próximo ano e um pico de quase 19% este ano em termos trimestrais.

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- No primeiro trimestre deste ano, o INE deu conta de um agravamento da taxa trimestral para os 17,7%, enquanto o desemprego jovem subiu para os 42,1%.

Défice orçamental

- Em 2010 o défice orçamental terminou o ano nos 8,8% do PIB, um dos valores mais altos de sempre, mas que também se tratava de uma redução face aos mais de 10% registados no ano anterior.

- Em 2012 o resultado confirmado pelo Eurostat na primeira notificação do ano enviada a Bruxelas ao abrigo do Procedimento dos Défices Excessivos é de 6,4%. O valor acordado com a troika era de 5% do PIB, e de acordo com os critérios estipulados no memorando até terá ficado nos 4,9%, mas o chumbo da inclusão da receita da venda da concessão da ANA - Aeroportos de Portugal, juntamente com outros efeitos, tais como os 750 milhões de euros de compra de ações no aumento de capital da CGD aumentaram este valor.

- Para 2013 a meta acordada com a troika é agora de 5,5%, mas as dúvidas sobre o cumprimento chegaram já através da OCDE, que não tendo ainda em conta o orçamento retificativo, espera que a meta resvale para 6,4% do PIB e pede mesmo para que se deixe falhar a meta se for culpa de mais fraco crescimento que o esperado.

Leia a continuação do texto

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