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Quase 115 milhões de crianças fora da escola primária

A maior parte das quais do sexo feminino, assinala um relatório da Unicef sobre os desequilíbrios no acesso à educação de rapazes e raparigas

Quase 115 milhões de crianças continuam fora da escola primária, a maior parte das quais do sexo feminino, assinala um relatório da Unicef sobre os desequilíbrios no acesso à educação de rapazes e raparigas.

O relatório da organização das Nações Unidas dedicada às crianças, que será divulgado sexta-feira em Pequim, sublinha que, embora se contem 46 países abaixo da meta de paridade estabelecida para 2005, há outros em que o número de crianças na escola continua "inaceitavelmente baixo".

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A paridade de género no ensino primário e secundário, ou seja, a garantia de que todos os rapazes e raparigas em idade escolar entram no sistema de ensino, era a meta para 2005 dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio definidos pelas Nações Unidas, que esperam até 2015 atingir a paridade em todos os níveis escolares.

Por enquanto, continua "uma promessa por cumprir".

As razões que cortam o acesso das crianças à educação incluem a pobreza, a discriminação, má governação, doença, desastres naturais e emergências provocadas pela acção humana.

Em todo o mundo, a região da África Central e Ocidental apresenta a pior situação, com as maiores discrepâncias entre rapazes e raparigas a frequentar a escola.

Em países como Burkina Faso, República Democrática do Congo e Nigéria, apenas duas em cada cinco crianças está na escola.

A Unicef estima que apenas os Camarões, Gabão, Gana, Mauritânia e São Tomé e Príncipe podem alcançar a paridade de género nas escolas em 2005.

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O relatório revela ainda que na região há dois milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos infectados com o HIV/Sida e lembra a forte tendência nalguns países para as raparigas casarem bastante novas.

Na região do Pacífico e Ásia Oriental, a Unicef assinala "enormes disparidades entre países", com altas taxas de abandono escolar.

O relatório refere que a crise financeira da década de 90 nos países da região prejudicou o objectivo de alcançar a educação primária universal.

Embora os números traduzam que o objectivo de paridade na educação está "no bom caminho", há ainda muito a fazer no que toca a reforçar os direitos de cidadania de meninas e mulheres.

No Médio Oriente e Norte de África, a realidade é ambígua, porque embora a região tenha a mais alta taxa de aumento de escolarização e metade dos países esteja a caminho da paridade universal em 2015, 8,8 milhões de crianças continuam fora da escola e os desequilíbrios entre sexos mantêm-se.

Nesta região, os países considerados mais atrás do objectivo de paridade são o Sudão, Iémen e Djibuti.

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No Sul da Ásia, a Unicef regista o crescimento da Índia como pólo científico e tecnológico, mas nota que 42 milhões de crianças não estão na escola, a maioria das quais raparigas.

Em relação à Europa Central e de Leste, aquela organização das Nações Unidas considera o quadro "promissor" quanto à paridade, mas salienta que o Tajiquistão e a Turquia não a atingirão em 2015.

A Unicef afirma que para atingir a paridade em 2015, é preciso que as matrículas aumentem em todo o mundo 1,3 por cento por ano durante dez anos, uma média que terá de ser mais alta em países como o Benim, Eritreia, Nepal ou Afeganistão.

A organização defende a abolição das propinas e outros custos com a educação, o reforço de bolsas de estudo para crianças desfavorecidas, o financiamento dos países em "situação de emergência" educacional e a utilização do sistema de educação como ponte para intervir em áreas como a nutrição, vacinação e higiene.

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