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Sociedade de Matemática critica provas de aferição

Diz que continuam a não ser um instrumento fiável

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou que as provas de aferição de Matemática do 4.º e 6.º anos continuam a não ser um instrumento fiável de avaliação do estado do ensino da disciplina em Portugal, noticia a Lusa.

«As provas de aferição de Matemática do 4.º e 6.º anos que hoje se realizaram constituem uma oportunidade para aferir o nível de conhecimentos dos alunos no final dos dois primeiros ciclos de escolaridade. Seria desejável que fossem um instrumento fiável de aferição do estado do ensino da Matemática em Portugal. Infelizmente, estas provas continuam a não satisfazer este requisito», diz um parecer da SPM, citado pela agência noticiosa

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Segundo a sociedade, isso acontece por várias razões, designadamente porque «há em ambas as provas um número muito exagerado de questões demasiado elementares para o nível de escolaridade dos alunos a que se destinam».

«Uma larga maioria das questões é de resposta imediata ou requer apenas uma operação de cálculo», refere a SPM.

Paralelamente, com o pretexto de «inserir os conceitos e algoritmos em questões contextualizadas», acaba por «não se testar devidamente nem o domínio dos conceitos nem o domínio dos algoritmos», adianta.

«Assim, um possível bom desempenho nestas provas não parece equivalente ao domínio da matéria», salienta a SPM.

«Factor de desinteresse»

O parecer refere também que «os resultados não têm efeito sobre as classificações dos alunos nem sobre o seu percurso escolar», havendo, por isso, «um factor de desinteresse associado às provas».

A SPM diz ainda que os critérios de classificação estão «ocultos pela atribuição de códigos ao nível do desempenho revelado nas respostas», permitindo assim uma «larga arbitrariedade na classificação final».

O parecer observa que provas destas «não valorizam o empenho, o rigor e o conhecimento, desorientando tanto os alunos como os professores».

«Os alunos, por estarem habituados a outro tipo de questões, com um grau de dificuldade mais avançado e adequado ao seu nível etário; os professores por ser um desincentivo ao seu trabalho. Esta continuada tendência não pode deixar de causar reflexos muito negativos», conclui o gabinete do ensino básico e secundário da SPM.

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